Candidato do PHS à prefeitura diz que, ‘como todo pobre’, tem suas contas a pagar
Evandro Éboli | O Globo
BELO HORIZONTE — O empresário e candidato a prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil, do PHS, está sendo bombardeado pelos seus adversários nesta campanha em vários frentes. Um dos ataques é por uma dívida de cerca de R$ 100 mil com a prefeitura, que cobiça administrar, de Imposto Predial e Territorial Urbano, o IPTU. Por tal débito, está inserido na dívida ativa do município.
Kalil reconhece ser devedor, mas diz que, como todo cidadão comum e pobre, tem suas contas a pagar. Mas a julgar pelo patrimônio que declarou à Justiça Eleitoral - de R$ 2,8 milhões - há caixa de sobra para quitar o que deve. Entre os seus bens constam três motos Harley-Davidson, todas pretas. Duas de 2014 - uma no valor de R$ 81,9 mil e outra de R$ 52,5 mil - e a terceira, de 2008, estimada no TSE em R$ R$ 53 mil. Há também um carro luxuoso, uma Land Rover, preta, de 2012, com o valor declarado de R$ 351,9 mil.
Procurado pelo GLOBO na quinta-feira, ao final do debate, e perguntado a razão de não quitar a dívida já que tem patrimônio suficiente para tal, Kalil respondeu:
— Não vou pagar agora porque meus adversários querem. Não vou dar essa moleza para eles. Mas vou pagar antes de assumir a prefeitura. Com certeza — disse Kalil, otimista que vencerá o pleito.
Ele está em segundo lugar nas pesquisas e deve disputar o segundo turno contra João Leite, do PSDB. Nos debates, seus adversários exploraram ao fato.
— Kalil, tira aquelas motos e o carrão da garagem e vai pagar o que deve ao município. Não é feio dever. Mas ter dinheiro e não pagar, é sim — disse Luiz Tibé (PTdoB), que tem se dedicado a incomodar Kalil nessa campanha.
Sempre que o assunto vem à tona, Kalil responde:
— Devo IPTU porque sou um cidadão comum. Um cidadão pobre que tem que pagar a sua conta. Um deputado (Tibé é deputado federal) não sabe o que é isso. E tenho as mãos limpas.
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