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Ação da Acrônimo contra Fernando Pimentel (PT) inflama Assembleia de Minas

Oposição quer acesso à denúncia e aliados defendem governador


Diário do Poder

A apreciação da autorização legislativa necessária para a continuidade do processamento judicial do governador Fernando Pimentel no Superior Tribunal de Justiça (STJ) tumultuou os debates na Reunião Ordinária de Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) desta quarta-feira, 9. Deputados dos três blocos parlamentares usaram a palavra diante de galerias lotadas de dois grupos de cidadãos contrários e favoráveis à continuidade da denúncia resultante da Operação Acrônimo. 


Parlamentares fizeram discursos inflamados, entusiasmados com as torcidas nas galerias (Foto: Clarissa Barçante)

O deputado Sargento Rodrigues (PDT) protestou contra a proibição de acesso ao detalhamento das acusações do Ministério Público Federal (MPF) contra o governador. Segundo ele, foram protocolados 22 requerimentos que pedem o acesso dos parlamentares aos 103 anexos que acompanham o processo que decidirá se Pimentel se torna réu agora ou se aguarda o término de seu mandato para ser processado.

“É um absurdo que o detalhamento das acusações contra Pimentel tenha sido guardado numa gaveta pelo presidente Adalclever Lopes”, criticou Rodrigues.

O deputado João Leite (PSDB) também exigiu que os parlamentares tenham acesso à documentação completa. “Na ata que foi lida, não foi feita menção à denúncia do Ministério Público contra o governador pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e aos outros dois inquéritos contra ele”, cobrou.

Por sua vez, o deputado Bonifácio Mourão (PSDB) questionou o que considerou um descumprimento do Regimento Interno da Assembleia. De acordo com ele, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) não comunicou aos demais membros da comissão a designação do deputado Rogério Correia (PT) como relator do pedido de autorização de processo contra Pimentel. Ele também reivindicou o acesso a todos os documentos do processo. “Como o próprio relator vai fazer seu parecer sem conhecer as provas?”, questionou.

Já o deputado Felipe Atiê (PTB) se disse perplexo com o andamento do pedido de autorização para o processo judicial contra o governador. “Não temos acesso às partes que estão em segredo de justiça”, criticou. Ele considerou que o relator, deputado Rogério Correia, não teria isenção para fazer o parecer. “Ele vai dizer no relatório que a culpa disso tudo é da Polícia Federal, do PSDB. E no final, vai pedir a canonização de Pimentel. Não há idoneidade nisso”, ironizou.

Nas galerias, o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) liderou o grupo contrário à continuidade do processo contra Pimentel. Enquanto que os cidadãos favoráveis à continuidade da denúncia do MPF tinham à frente o grupo Patriotas, acompanhado por representantes das colônias de hansenianos, que colocaram faixas criticando o que consideram descaso do governo com eles.

Aliados defendem Pimentel


Os deputados da base governista, por sua vez, se posicionaram a favor de Fernando Pimentel. Dirigindo-se ao público contrário ao governador nas galerias do Plenário, o deputado André Quintão (PT) condenou o que chamou de “manifestações de intolerância”. “O choro é livre, mas em Minas não vai ter golpe!”, disse.

O deputado Paulo Guedes (PT) parabenizou os movimentos sociais favoráveis ao governador. “Eles vêm aqui hoje para nos dar a força necessária para continuarmos lutando em favor da democracia”, afirmou. Ele ainda criticou os que questionam Pimentel e fecham os olhos para a corrupção de outros partidos.

O deputado Geraldo Pimenta (PCdoB) sugeriu a criação de uma tribuna livre para que o público possa se manifestar na ALMG. Ele fez a sugestão ao constatar a dificuldade dos parlamentares para se pronunciar ao mesmo tempo em que o público se manifestava.

Briga de torcidas

Pelo bloco independente, o deputado Doutor Wilson Batista (PSD) qualificou o debate sobre o processo contra o governador como uma briga entre torcidas. “Não temos deputados imparciais. Então, teremos um julgamento parcial. Esse processo não deveria estar aqui na ALMG, até mesmo porque há segredos de justiça que não podemos conhecer. Então, como vamos julgar?”, ponderou ele, considerando que será um julgamento político. 


(Com informações da Comunicação da ALMG)

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