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Prisão por fraudes em Campos causa apreensão na Baixada Fluminense

Empresário teria interesses na prestação de serviços na região


Elizeu Pires

A prisão do empresário Fernando Trabach Gomes (foto) - ocorrida na manhã desta terça-feira - está causando preocupação a setores do poder na Baixada Fluminense, em cidades onde ele teria interesses na terceirização de serviços como coleta de lixo, limpeza e conservação em unidades de saúde e escolas, atuando de forma indireta. Só no município de Campos, na gestão da prefeita Rosinha Garotinho, uma empresa controlada pelo grupo criminoso fez contratos no total de mais de R$ 40 milhões para aluguel de ambulâncias. O empresário, que já operou na Prefeitura de Duque de Caxias, teria interesses também em Nova Iguaçu, mas não aparece nenhum contrato firmado pela administração municipal local com empresas que tenham ele ou membros do grupo identificado pelo Ministério Público, como sócios. O MP, entretanto, investiga 21 sociedades empresariais irregulares que seriam ligadas ao esquema montado para disputar licitações em várias cidades do estado o Rio de Janeiro.


Fernando Trabach Gomes

Fernando e a esposa dele, Mônica Lima Barbosa, foram presos dentro de um avião, no qual viajariam para Manaus, supostamente para fugirem do país a partir do estado do Amazonas. Também foram detidos dois advogados ligados a ele. O grupo tem vários postos de gasolina em Duque de Caxias, São João de Meriti e operava com 21 empresas, cujos nomes não foram revelados em sua totalidade pelo Ministério Público, que deflagrou na manhã de hoje a Operação “Caça-Fantasma”. Ao todo o MP denunciou 11 pessoas pelos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.

Pelo que foi apurado tudo começou a partir de um "fantasma", George Augusto Pereira da Silva, "dono” da GAP Comércio e Serviços, pessoa fictícia que, segundo a promotoria, foi criada por Fernando “com o objetivo de cometer crimes licitatórios e contra a ordem tributária”. De acordo com as investigações o George “foi usado para vencer licitações em vários municípios do estado e figurou como sócio de dezenas de empresas e outorgante de procurações para atuação junto a bancos, cartórios e prefeituras”.

Além de deter os denunciados, a operação, informou o MP – que cumpriu 30 mandados de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara Criminal de Duque de Caxias – teve o objetivo de apreender contratos e documentos relacionados a 21 sociedades empresárias constituídas com "laranjas" e "fantasma". Em Campos, o inexistente George chegou até a vencer um pregão presencial, "representando" a GAP Comércio e Serviços, que começou a faturar na Prefeitura de Campos em 2009.



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