O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a ser hostilizado durante um voo neste fim de semana. As recentes decisões e declarações do magistrado foram relembradas e até mesmo a Polícia Federal (PF) teria sido chamada.
Sputnik
Algumas semanas após ser alvo de críticas por turistas brasileiras em Lisboa (Portugal), Mendes estava em um voo que seguia para Cuiabá (MT) quando tiveram início as palavras de ordem contra ele dentro do avião.
Gilmar Mendes, ministro do STF e presidente do TSE | José Cruz/Agência Brasil |
Um video que circula na internet mostra o momento do pouso da aeronave, quando Mendes é questionado se iria soltar também o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), que está cumprindo pena na penitenciária da Papuda, em Brasília.
É possível ouvir uma série de gritos, como "prende o ministro", "vai soltar o Lula?", "e o Aécio?" e "vergonha". Depois, houve um forte coro de "Fora, Gilmar!".
Diante da inquietação dentro do avião, um comissário de bordo sugere que a PF seria chamada para resolver a discordância entre as partes, o que rendeu novos gritos no interior da aeronave.
Segundo informações do Jornal do Brasil, Mendes não teria esboçado qualquer reação.
O ministro vem aparecendo no centro de diversos debates nos últimos meses, sobretudo naqueles que envolvem a Operação Lava Jato. Um dos alvos preferenciais de Mendes foi a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o ex-procurador-geral Rodrigo Janot.
Além disso, no fim de 2017 o ministro concedeu habeas corpus a vários presos, entre eles a ex-primeira-dama do Rio de Janeiro, Adriana Ancelmo (mulher do ex-governador Sérgio Cabral), e o empresário do ramo de ônibus no Rio, Jacob Barata Filho. Mendes foi padrinho de casamento de uma das filhas de Barata, mas não se sentiu impedido para conceder o benefício.
Fora da Lava Jato, o ministro ficou famoso também pela soltura de figuras conhecidas como o ex-ministro José Dirceu, o empresário Eike Batista, o médico Roger Abdelmassih e o banqueiro Daniel Dantas.
No âmbito político, Mendes foi recebido em vários encontros for a da agenda oficial pelo presidente Michel Temer (MDB), e também protagonizou uma interceptação telefônica com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que chegou a ficar algumas semanas afastado do cargo por conta do seu envolvimento em possíveis repasses criminosos feitos pelo empresário Joesley Batista, dono do frigorífico JBS.
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