Fabio Lessa Rigueira, um dos responsáveis por fiscalizar as obras da pista que desabou em 2016, vai chefiar empresa que realiza obras municipais.
Por Alba Valéria Mendonça e Vitor Sorano | G1 Rio
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, nomeou nesta sexta-feira (23) o engenheiro civil Fabio Lessa Rigueira, um dos 14 réus no processo de homicídio culposo (sem intenção de matar) por conta da queda da Ciclovia Tim Maia, para a presidência da RioUrbe. A empresa é responsável por realizar obras de creches e de postos de saúde, entre outras.
Prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella (PRB) | Reprodução |
A ciclovia, que margeia a Avenida Niemeyer, na Zona Sul, foi inaugurada em janeiro de 2016. Em 21 de abril do mesmo ano, o trecho desabou após ser atingido por uma onda. Duas pessoas morreram: o engenheiro Eduardo Marinho Albuquerque, de 54 anos, e o gari comunitário Ronaldo Severino da Silva, 60 anos.
O delegado responsável pelo caso, Alberto Lage, diz ter encontrado erros em todas as etapas da obra, desde a licitação. Quanto à fiscalização, diz o inquérito, ficou provada a responsabilidade de Rigueira, que à época era diretor da GeoRio, órgão responsável pelo projeto básico e a fiscalização.
Em depoimento, Rigueira admitiu ter recebido o projeto executivo, mas não examinou nem questionou a elaboração do estudo do impacto das ondas no empreendimento.
Em julho de 2016, o Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou Rigueira e mais 13 por homicídio culposo. O processo ainda não foi julgado.
Procurados pelo G1, os advogados do novo presidente da Riourbe não foram encontrados. A Prefeitura do Rio argumenta que o processo que envolve o engenheiro Fábio Lessa Rigueira ainda não transitou em julgado. "Ele tem 34 anos de vida pública, vasto conhecimento da cidade e já atuou nas principais obras de urbanismo, como a implementação dos programas Favela Bairro e Bairro Maravilha", disse a Prefeitura, em nota.
O salário líquido do ex-presidente da Riourbe era de cerca de R$ 18 mil por mês, ligeiramente menor que os cerca de R$ 19 mil que Rigueira recebia como assessor da Secretaria Municipal de Urbanismo.
A Ciclovia Tim Maia custou R$ 44 milhões. A via liga Leblon a São Conrado, beirando o mar, e faz parte de um grande traçado cicloviário, possibilitando que uma pessoa possa pedalar desde o Centro do Rio até o Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste.
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