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CPI considera contraditório depoimento de Valdebran

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Parlamentares da CPI dos Sanguessugas consideraram contraditório o depoimento prestado na manhã desta terça-feira pelo ex-petista Valdebran Padilha, que foi preso ao lado de Gedimar Passos com R$ 1,7 milhão que seria usado na compra do dossiê antitucano.

O sub-relator da CPI, Fernando Gabeira (PV-RJ), disse ser estranho o fato de Valdebran justificar sua participação na compra do dossiê com base na amizade que manteria com o empresário Luiz Antonio Vedoin.

"Essa é a primeira grande contradição. Ele construiu uma história. Ele foi apenas a parte de Cuiabá [envolvida no dossiegate], daqui para frente vêm os principais", afirmou.

No depoimento que durou quase três horas, Valdebran minimizou sua participação na compra do dossiê. Ele disse que entrou na negociação somente como "observador" para garantir que o dinheiro fosse pago pelos petistas "aloprados" (apelido que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atribuiu aos envolvidos) a Vedoin --de quem diz ser amigo há mais de seis anos.

Valdebran responsabilizou Gedimar e Expedito Veloso, ex-diretor do Banco do Brasil, pelas negociações para a compra do dossiê.

Origem do dinheiro

O ex-petista também negou saber a origem do dinheiro que seria utilizado para comprar o material antitucano. Disse apenas que recebeu R$ 1 milhão em uma sacola e repassou o dinheiro a Vedoin --enquanto Gedimar teria encaminhado o restante da quantia ao empresário, sócio da Planam.

"Eu não contei o dinheiro, não o movimentei. Não negociei nada. Apenas recebi deles [Expedito e Gedimar]", disse Valdebran no depoimento.

O ex-petista disse que Gedimar e Expedito ofereceram R$ 2 milhões para comprar o dossiê, mas acabaram conseguindo reunir somente R$ 1,7 milhão. "Foi uma operação tabajara. No final, vimos que um lado não tinha o dinheiro e o outro, não tinha informações [contra candidatos tucanos]", disse.

Valdebran chegou a sugerir que R$ 1 milhão pode ter sido negociado por Vedoin com os petistas em troca da reportagem publicada pela revista IstoÉ, que teria sido negociada por Hamilton Lacerda --ex-coordenador da campanha do senador Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo--, com denúncias contra o candidato ao governo de São Paulo, José Serra (PSDB).

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