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Luiz Inácio Lula da Silva
Lula
Ministério da Defesa
Ministério do Desenvolvimento
PAC
paralisia
Polícia Federal
Demora de Lula já paralisa atividades nos ministérios
Indefinição para montar governo prejudica trabalho de pastas
Incerteza arrasta discussão sobre futuro do tráfego áereo e atrapalha operações da PF; ministro tira férias pela segunda vez no ano
PEDRO DIAS LEITE
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA - FOLHA DE SÃO PAULO
A demora de pelo menos dois meses na nomeação da nova equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou duas classes de ministérios na Esplanada: os que estão trabalhando normalmente, comandados por ministros considerados certos no segundo mandato, e aqueles em ritmo lento diante da indefinição sobre o futuro do titular, o que já provoca problemas administrativos.
O atraso já tem implicações concretas na Justiça, na Polícia Federal, no Desenvolvimento Agrário, no Incra, na Defesa e no Desenvolvimento.
Num dos casos mais claros, a indefinição prolongada alimentou uma disputa entre delegados da PF para nomear o novo diretor-geral da entidade, o que já prejudica o andamento de algumas operações, segundo integrantes da pasta.
Lula já foi informado do caso, de acordo com assessores. A provável saída do atual diretor-geral, Paulo Lacerda, foi acertada em dezembro com a de seu superior, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.
Situação similar ocorre na área militar. O atraso na troca dos comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica tem prejudicado outras nomeações nas Forças Armadas. Além disso, a previsão de troca no Ministério da Defesa fez com que a discussão da desmilitarização do controle de tráfego aéreo se arrastasse por mais dois meses.
No Desenvolvimento Agrário, segundo a Folha apurou, pouca coisa acontece até a "virada do ano político". Um exemplo é a divulgação detalhada do balanço da reforma agrária. Como a exposição dos dados tende a desgastar a atual administração da pasta, a ordem é segurar o balanço até a reforma ministerial. Até lá, Guilherme Cassel trabalha para se confirmar no cargo.
O problema também se estende ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), onde a demora tem atrasado a conclusão da chamada "programação operacional" da autarquia, que aponta as diretrizes de investimentos para diferentes ações.
De saída
A agenda de alguns ministros também reflete a indefinição do novo ministério. Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento, está em férias pela segunda vez neste ano.
Ele já chegou a informar o presidente que deixaria o governo, mas sua situação é considerada incerta. Isso fez seu ministério reduzir o ritmo, já que muitos assessores ainda não sabem se ficam.
De saída do governo, Thomaz Bastos ficou anteontem numa "agenda interna", em São Paulo, e só voltou à noite a Brasília. Ontem, mais agenda interna.
A letargia, no entanto, não contaminou pastas como Casa Civil, Fazenda e Planejamento, responsáveis pela condução do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Também trabalham normalmente ministérios como o de Minas e Energia, que deve continuar com Silas Rondeau, e Educação, em que o ministro Fernando Haddad, mesmo sem estar totalmente garantido, finaliza medidas encomendadas por Lula.
O começo do ano é naturalmente lento em várias áreas do governo, portanto é normal que muitos programas ainda estejam sendo finalizados e as prioridades das pastas, traçadas por seus titulares.
Mas, em alguns ministérios, existe um ingrediente adicional, provocado pela indefinição sobre a permanência do ministro. É o caso da Saúde, onde há um clima de "apreensão" entre os funcionários, muitos terceirizados. São técnicos, consultores e assessores que esperam a escolha do novo ministro para saber se os contratos de suas empresas serão mantidos. A pasta está sob o comando de José Agenor, que assumiu a vaga deixada no ano passado pelo peemedebista Saraiva Felipe.
Colaborou FELIPE SELIGMAN, da Sucursal de Brasília
Incerteza arrasta discussão sobre futuro do tráfego áereo e atrapalha operações da PF; ministro tira férias pela segunda vez no ano
PEDRO DIAS LEITE
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA - FOLHA DE SÃO PAULO
A demora de pelo menos dois meses na nomeação da nova equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou duas classes de ministérios na Esplanada: os que estão trabalhando normalmente, comandados por ministros considerados certos no segundo mandato, e aqueles em ritmo lento diante da indefinição sobre o futuro do titular, o que já provoca problemas administrativos.
O atraso já tem implicações concretas na Justiça, na Polícia Federal, no Desenvolvimento Agrário, no Incra, na Defesa e no Desenvolvimento.
Num dos casos mais claros, a indefinição prolongada alimentou uma disputa entre delegados da PF para nomear o novo diretor-geral da entidade, o que já prejudica o andamento de algumas operações, segundo integrantes da pasta.
Lula já foi informado do caso, de acordo com assessores. A provável saída do atual diretor-geral, Paulo Lacerda, foi acertada em dezembro com a de seu superior, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.
Situação similar ocorre na área militar. O atraso na troca dos comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica tem prejudicado outras nomeações nas Forças Armadas. Além disso, a previsão de troca no Ministério da Defesa fez com que a discussão da desmilitarização do controle de tráfego aéreo se arrastasse por mais dois meses.
No Desenvolvimento Agrário, segundo a Folha apurou, pouca coisa acontece até a "virada do ano político". Um exemplo é a divulgação detalhada do balanço da reforma agrária. Como a exposição dos dados tende a desgastar a atual administração da pasta, a ordem é segurar o balanço até a reforma ministerial. Até lá, Guilherme Cassel trabalha para se confirmar no cargo.
O problema também se estende ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), onde a demora tem atrasado a conclusão da chamada "programação operacional" da autarquia, que aponta as diretrizes de investimentos para diferentes ações.
De saída
A agenda de alguns ministros também reflete a indefinição do novo ministério. Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento, está em férias pela segunda vez neste ano.
Ele já chegou a informar o presidente que deixaria o governo, mas sua situação é considerada incerta. Isso fez seu ministério reduzir o ritmo, já que muitos assessores ainda não sabem se ficam.
De saída do governo, Thomaz Bastos ficou anteontem numa "agenda interna", em São Paulo, e só voltou à noite a Brasília. Ontem, mais agenda interna.
A letargia, no entanto, não contaminou pastas como Casa Civil, Fazenda e Planejamento, responsáveis pela condução do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Também trabalham normalmente ministérios como o de Minas e Energia, que deve continuar com Silas Rondeau, e Educação, em que o ministro Fernando Haddad, mesmo sem estar totalmente garantido, finaliza medidas encomendadas por Lula.
O começo do ano é naturalmente lento em várias áreas do governo, portanto é normal que muitos programas ainda estejam sendo finalizados e as prioridades das pastas, traçadas por seus titulares.
Mas, em alguns ministérios, existe um ingrediente adicional, provocado pela indefinição sobre a permanência do ministro. É o caso da Saúde, onde há um clima de "apreensão" entre os funcionários, muitos terceirizados. São técnicos, consultores e assessores que esperam a escolha do novo ministro para saber se os contratos de suas empresas serão mantidos. A pasta está sob o comando de José Agenor, que assumiu a vaga deixada no ano passado pelo peemedebista Saraiva Felipe.
Colaborou FELIPE SELIGMAN, da Sucursal de Brasília
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1 Comments
Mas o que podemos esperar de um governo paralítico?
Encher a burra de dinheiro com impostos e contribuições e retendo dinheiro de áreas como saúde, defesa, segurança, educação, isso Lula e seus asseclas sabem muito bem. Os mensalões, sanguessugas e outras pestes estão aí pra comprovar. Mas trabalhar? Que nada! Pra quê? O povo gosta de sombra e água fresca! Porque o governo seria diferente?
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