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Governo Requião estaria por trás de invasões urbanas

Coordenador da Regional do Portão diz que assessor do governador teria coagido PMs em desocupações

Abraão Benício, do Jornal do Estado

O coordenador da Regional do Portão, Fernando Guedes entregou ontem, aos vereadores que compõem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as invasões de terrenos em Curitiba, um relatório que evidencia a participação de membros do governo do Estado na organização dos movimentos e interferência no cumprimento dos mandatos de reintegração de posse. Por mais de duas horas, os vereadores ouviram as explicações do coordenador sobre o relatório elaborado com a colaboração de pessoas que residem em áreas próximas as invasões.

De acordo com Guedes, o engenheiro Mário Luiz Costa e o advogado Luiz Fernando Dietrich da empresa Triunfaz Construções e Incorporações LTDA teriam presenciado, no último dia 6, o assessor do governador Roberto Requião (PMDB), Pastor Carlos Lima coagindo policiais militares, para evitar que fosse cumprida liminar de interdito proibitório de área ocupada no bairro Campo Comprido. “Segundo o relato dos funcionários da empresa que é dona da área, o Pastor estava ameaçando e pedindo que os policiais se afastassem do local”.

Conforme a denúncia, o assessor de Requião usou na “operação” veículo oficial do governo do Estado - Santana, placa ALN-1172. Episódio semelhante de interferência de membros do primeiro escalão do governo Requião em desocupações, teria sido protagonizado pela diretora de Assuntos Comunitários da Sanepar, Maria Arlete Rosa, conforme revela certidão do oficial de Justiça, Altamir José Narciso. “Em seu relato o oficial deixa claro que a diretora da Sanepar ligou para um certo sargento André e determinou que os policiais se afastassem desta área invadida na região do Portão”, explica Guedes.

Na rede — Para o coordenador, um dos fatos mais relevantes é o uso de páginas oficiais de governo do Estado na internet – Secretaria Especial para Assuntos de Curitiba e Cohapar - e do próprio PMDB para agradecer a atuação do secretário Especial para Assuntos de Curitiba, Doático Santos e do secretário de Segurança, Luiz Fernando Delazari, no sentido de evitar as desocupações. “Foram publicados textos do senhor Jairo Graninho agradecendo a participação dos dois para evitar o cumprimento das reintegrações de posse”.

A suspeita sobre a participação de Doático na orquestração das invasões já foi levantada pela líder de uma invasão na Santa Quitéria, Fátima Freitas, que acusou o secretário de Estado de ter feito um acordo com ela. Em entrevista a Rádio Clube, Fátima leu um panfleto que incita as invasões e ataca o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB). Segundo a líder o panfleto seria assinado por Doático. “Está faltando comida e ao contrário do combinado não temos apoio na invasão. Não temos a segurança que ele disse que teríamos. Fui massa de manobra dele e eu fiz do meu grupo massa de manobra”, garantiu Fátima.

O coordenador da Regional do Portão também apresentou aos membros da CPI o nome - José Carlos Bonifácio, Gilberto Tangleica, Odair Costa, Maria de Fátima Freitas e Vágner Weber Xavier - de supostos coordenadores das ocupações dos bairros Santa Quitéria e Campo Comprido. “O mais incrível é que todas estas pessoas têm residência fixa nas proximidades das áreas invadidas e já têm histórico de participação nestes movimentos”, comenta.

Outro lado
Doático rebate acusações

O secretário Especial para Assuntos de Curitiba, Doático Santos garante que o governo do Estado tomou todas as providências para que os mandatos de reintegração fossem cumpridos pela Polícia Militar. “Ele (coordenador Regional do Portão, Fernando Guedes) esqueceu de citar a importante participação do governo para que as desocupações acontecessem de forma serena e tranquila”.

Doático também negou o uso das páginas oficiais do PMDB e da própria Secretaria de Assuntos para Curitiba para agradecer a sua atuação e do secretário de Segurança, Luiz Fernando Delazari, no sentido de evitar as desocupações. “Nossos sites estão à disposição para serem visitados e vasculhados. Não há qualquer irregularidade”. (IS)

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