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PF diz que "bingão da Justiça" pagava R$ 30 mil por mês a magistrados
MARCELO GUTIERRES
da Folha Online
A Polícia Federal realizou hoje em São Paulo buscas e apreensões nas casas e escritórios de 43 pessoas acusadas de envolvimento com uma organização criminosa especializada na compra e venda de sentenças judiciais para beneficiar casas de bingo e empresas interessadas em conseguir créditos tributários.
De acordo com as investigações da PF, essa quadrilha pagava uma mensalidade de R$ 20 mil a R$ 30 mil por mês para desembargadores, juízes, um procurador da Fazenda Nacional e uma funcionária da Receita Federal. O esquema contaria ainda com a participação de policiais civis.
Questionado se esse pagamento poderia ser caracterizado como "mensalão", o superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Geraldo José de Araújo, afirmou que era mais um "bingão da Justiça".
Além da mensalidade, segundo ele, a organização criminosa pagaria para os magistrados R$ 150 mil por sentença favorável. A mensalidade de R$ 20 mil a R$ 30 mil seria uma espécie de taxa de manutenção do sistema criminoso.
Essas sentenças beneficiariam casas de bingo e empresas interessadas em conseguir créditos tributários na Receita Federal. Os bingos também se beneficiariam desses créditos tributários.
Araújo disse que as investigações da Operação Têmis não têm relação direta com a Hurricane --deflagrada na sexta passada--, embora as duas investiguem ações criminosas envolvendo casas de bingo.
Vazamento
Ele afirmou que as informações da Operação Têmis vazaram com a ajuda de policiais e de uma empresa telefônica. "Há um mês houve vazamento de informações. Isso atrapalhou muito. Algumas provas desapareceram."
Segundo o superintendente, há um grupo de lobistas que atuava em nome de empresários e casas de bingo junto ao Judiciário. Os policiais acusados dariam proteção para as empresas, além de ajudar a buscar informações para os lobistas. A funcionária da Receita ficaria responsável pela facilitação dos créditos tributários.
Apreensões
A PF apreendeu nesta sexta-feira cerca de 40 quilos de documentos nos gabinetes de desembargadores, de juízes e de um procurador da Fazenda Nacional.
Na Procuradoria da Fazenda Nacional a PF apreendeu 35 quilos de documentos, além do HD (disco rígido) de um computador no gabinete de um procurador. No gabinete do desembargador Roberto Haddad a PF apreendeu dois quilos de documentos, um notebook e um HD de computador. A PF também apreendeu documentos e o HD do computador da juíza Maria Cristina Cukierkorn, da 23ª Vara Federal.
Segundo a PF, todo o material apreendido vai ser conferido em São Paulo e depois enviado para a Superintendência de Brasília.
Também foram realizadas buscas nos gabinetes dos desembargadores Alda Bastos e Nery da Costa Júnior e do juiz Djalma Moreira Gomes, da 25ª Vara. A operação também envolve policiais civis.
Ao todo, a PF cumpre 70 mandados de busca e apreensão nos escritórios e casas de magistrados, advogados e empresários acusados de integrarem uma suposta quadrilha especializada na venda de sentenças judiciais para beneficiar a máfia de jogos e outros esquemas ilegais.
A PF informou ainda que chegou a pedir a prisão de cerca de 40 pessoas acusados de envolvimento com a suposta organização criminosa. Mas o STJ (Superior Tribunal de Justiça) negou o pedido de prisão temporária. O relator do caso é o ministro Felix Fisher. O caso foi para o STJ porque envolve desembargadores.
da Folha Online
A Polícia Federal realizou hoje em São Paulo buscas e apreensões nas casas e escritórios de 43 pessoas acusadas de envolvimento com uma organização criminosa especializada na compra e venda de sentenças judiciais para beneficiar casas de bingo e empresas interessadas em conseguir créditos tributários.
De acordo com as investigações da PF, essa quadrilha pagava uma mensalidade de R$ 20 mil a R$ 30 mil por mês para desembargadores, juízes, um procurador da Fazenda Nacional e uma funcionária da Receita Federal. O esquema contaria ainda com a participação de policiais civis.
Questionado se esse pagamento poderia ser caracterizado como "mensalão", o superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Geraldo José de Araújo, afirmou que era mais um "bingão da Justiça".
Além da mensalidade, segundo ele, a organização criminosa pagaria para os magistrados R$ 150 mil por sentença favorável. A mensalidade de R$ 20 mil a R$ 30 mil seria uma espécie de taxa de manutenção do sistema criminoso.
Essas sentenças beneficiariam casas de bingo e empresas interessadas em conseguir créditos tributários na Receita Federal. Os bingos também se beneficiariam desses créditos tributários.
Araújo disse que as investigações da Operação Têmis não têm relação direta com a Hurricane --deflagrada na sexta passada--, embora as duas investiguem ações criminosas envolvendo casas de bingo.
Vazamento
Ele afirmou que as informações da Operação Têmis vazaram com a ajuda de policiais e de uma empresa telefônica. "Há um mês houve vazamento de informações. Isso atrapalhou muito. Algumas provas desapareceram."
Segundo o superintendente, há um grupo de lobistas que atuava em nome de empresários e casas de bingo junto ao Judiciário. Os policiais acusados dariam proteção para as empresas, além de ajudar a buscar informações para os lobistas. A funcionária da Receita ficaria responsável pela facilitação dos créditos tributários.
Apreensões
A PF apreendeu nesta sexta-feira cerca de 40 quilos de documentos nos gabinetes de desembargadores, de juízes e de um procurador da Fazenda Nacional.
Na Procuradoria da Fazenda Nacional a PF apreendeu 35 quilos de documentos, além do HD (disco rígido) de um computador no gabinete de um procurador. No gabinete do desembargador Roberto Haddad a PF apreendeu dois quilos de documentos, um notebook e um HD de computador. A PF também apreendeu documentos e o HD do computador da juíza Maria Cristina Cukierkorn, da 23ª Vara Federal.
Segundo a PF, todo o material apreendido vai ser conferido em São Paulo e depois enviado para a Superintendência de Brasília.
Também foram realizadas buscas nos gabinetes dos desembargadores Alda Bastos e Nery da Costa Júnior e do juiz Djalma Moreira Gomes, da 25ª Vara. A operação também envolve policiais civis.
Ao todo, a PF cumpre 70 mandados de busca e apreensão nos escritórios e casas de magistrados, advogados e empresários acusados de integrarem uma suposta quadrilha especializada na venda de sentenças judiciais para beneficiar a máfia de jogos e outros esquemas ilegais.
A PF informou ainda que chegou a pedir a prisão de cerca de 40 pessoas acusados de envolvimento com a suposta organização criminosa. Mas o STJ (Superior Tribunal de Justiça) negou o pedido de prisão temporária. O relator do caso é o ministro Felix Fisher. O caso foi para o STJ porque envolve desembargadores.
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