Três foram secretários de Infra-Estrutura no Estado e dois foram funcionários da pasta ou de órgãos a ela vinculados
Técnicos ocuparam cargos nos governos de Ronaldo Lessa, Luís Abílio e Teotonio Filho; investigados negam participação em desvios
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ
SILVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
Dos oito alagoanos presos na Operação Navalha, cinco pertenciam ao alto escalão do governo de Alagoas e eram ligados a políticos. Três deles foram secretários de Infra-Estrutura, pasta que gerencia as grandes obras do Estado, e dois foram funcionários dessa secretaria ou de órgãos a ela vinculados.
O ex-secretário da Infra-Estrutura Adeilson Bezerra, exonerado após a prisão, tinha sido indicado para o secretariado do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) por seu aliado Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado. Bezerra, que foi superintendente estadual da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) por influência de Calheiros, preside o PMDB de Maceió.
As investigações da Polícia Federal indicam que Bezerra recebeu R$ 145 mil da Gautama em troca da liberação de um pagamento de R$ 3,16 milhões, em março deste ano, referente a obra do sistema de abastecimento de água do rio Pratagy.
A Gautama, segundo a PF, seria o centro de um esquema de desvio de recursos públicos. Ela pertence a Zuleido Veras, amigo de Calheiros -que disse ignorar as irregularidades.
O ex-subsecretário da Infra-Estrutura Denisson Tenório, também preso pela PF e exonerado, é ligado ao ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), em cujo governo ocupou a secretaria de Infra-Estrutura. Segundo a PF, Tenório recebeu "vantagens indevidas" para liberar R$ 2,5 milhões em julho de 2006 para a Gautama. O advogado José Fragoso, que representa Bezerra e Tenório, disse que eles negam participação no esquema.
O ex-diretor do Detran Márcio Fidelson Menezes Gomes foi indicado ao cargo por seu cunhado, o presidente da Assembléia Legislativa, Antonio Albuquerque (DEM). No governo de Luís Abílio (PDT), em 2006, Gomes foi secretário da Infra-Estrutura. A Folha não localizou seu advogado.
Os outros dois servidores detidos são o diretor de obras da Infra-Estrutura, José Vieira Crispim, ligado ao ex-governador Divaldo Suruagy, e o secretário extraordinário do governo, Enéas de Alencastro Neto.
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