HUDSON CORRÊA
da Agência folha
Não foi desta vez que os 103 mil habitantes de Sinop garantiram a instalação da primeira rede de esgoto na cidade, a principal da amazônia legal em Mato Grosso. É que a obra seria feita pela Gautama.
Zuleido Veras, dono da construtora, assinou em março um contrato de R$ 48 milhões com o prefeito tucano Nilson Leitão, preso pela Polícia Federal.
Um estudo do Ministério das Cidades, de setembro de 2005, apontou que, sem ao menos uma ligação de esgoto, Sinop usa sumidouros na maioria das casas e do comércio e, em menor quantidade, fossas sépticas.
"Tal solução não é adequada à região, pois o nível do lençol freático está a uma pequena profundidade", diz o estudo.
"Hoje eu gasto muito com saúde pública, uma média de R$ 1,5 milhão por mês. Com a rede de esgoto, nós vamos reduzir isso entre 25% a 30%", afirma Leitão.
Acusado de ter recebido propina de R$ 200 mil em troca do contrato assinado com Zuleido, o prefeito nega e diz "ainda sonhar" que a obra seja feita. Até sexta, ele mantinha em vigor o contrato com a Gautama.
A PF, porém, enterrou a obra antes de ela começar. O BNDES assinaria com Leitão na quarta passada um contrato de empréstimo de R$ 38,24 milhões. O dinheiro seria usado para pagar as obras da Gautama. Após a prisão de Leitão, o BNDES suspendeu o financiamento.
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