O Estado de S. Paulo
O escândalo da máfia das obras da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), do governo paulista, chegou à Assembléia Legislativa de São Paulo. O Ministério Público Estadual comunicou anteontem a Procuradoria-Geral de Justiça sobre a existência de indícios de envolvimento do deputado estadual Mauro Bragato, líder do PSDB na Assembléia, com a organização criminosa, denunciada no mês passado. O esquema envolve fraude em licitações e superfaturamento de obras de casas populares na região de Presidente Prudente, base eleitoral de Bragato.
A promotoria encaminhou à procuradoria toda a documentação colhida na investigação. De acordo com os documentos, o deputado teria recebido propina da empreiteira mentora do esquema, a FT Construções. O proprietário da empresa, Francisco Emílio de Oliveira, está preso. Os valores, segundo os documentos e depoimentos, variavam de R$ 1,5 mil a R$ 4 mil.
Bragato foi secretário estadual da Habitação entre maio de 2004 e janeiro de 2005. De 2003 a 2004, havia sido secretário-adjunto na mesma pasta. A partir de 2005, assumiu a cadeira na Assembléia. Por ser parlamentar, Bragato tem direito a foro privilegiado e só pode ser investigado pela Procuradoria-Geral de Justiça.
O suposto pagamento de propina foi confirmado, em depoimento, por um dos réus no processo, Edson Meneses, que prestava serviços à empreiteira. À polícia, no dia 11 deste mês, Meneses informou que entregou entre 2002 e 2006 diversos envelopes contendo dinheiro para o escritório político de Bragato, em Presidente Prudente, a pedido de dois funcionários do setor financeiro da empreiteira, que identificou apenas como Celso e Hélio.
Deputado de SP é acusado de receber propina
junho 29, 2007
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