66,6% dos 42 membros titulares receberam ajuda de construtoras. No entanto presidente da Comissão contesta as críticas à atuação do órgão.
Da Agência EstadoEmpreiteiras, construtoras e congêneres contribuíram financeiramente para as campanhas de 66,6% dos 42 membros titulares da Comissão Mista de Orçamento do Congresso, mostra levantamento feito pelo jornal o "Estado de S. Paulo" em contas dos candidatos arquivadas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O setor apoiou com doações pelo menos 28 de 41 integrantes analisados - não foi encontrada a contabilidade de uma deputada da comissão.
A proporção contrasta com o conjunto do Congresso, no qual só 46,94% dos parlamentares tiveram ajuda oficial de empreiteiros nas eleições. A Comissão de Orçamento recebe a proposta orçamentária do Executivo, preparando-a para votação, e tem sido apontada como terreno para lobistas interessados em obter recursos para obras.
“Esse raciocínio é muito importante”, diz o cientista político Geraldo Tadeu Moreira, presidente do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS). “Mostra que existe uma relação direta entre financiamento de campanha e as pessoas que disputam posição na Comissão de Orçamento.”
Os ataques à comissão, comuns desde o escândalo dos anões do Orçamento, nos anos 90, voltaram a ganhar força com a Operação Navalha da Polícia Federal, que apontou a atuação da Construtora Gautama em esquema de fraude de licitações para obras públicas.
O presidente da comissão, senador José Maranhão (PMDB-PB), porém, contesta as críticas à atuação do órgão. “Se tiver transparência na preparação do Orçamento e na sua execução, vamos reduzir muito a possibilidade de desvio de recursos públicos”, argumenta. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
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