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Empresário de jogos apresenta Morelli como "homem forte" do PT

da Folha Online

Preso na Operação Xeque-Mate, da Polícia Federal, o empresário de jogos Nilton Cézar Servo apresenta Dario Morelli Filho, em uma conversa gravada em maio pela Polícia Federal, como o "homem forte" do PT que estava na campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição e de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo, segundo reportagem publicada neste domingo pela Folha.


Compadre de Lula e pivô da nova crise que ronda o Planalto, Morelli também foi preso pela operação. Antes de ser detido, ele era assessor técnico da Saned (Companhia de Saneamento de Diadema), com salário de R$ 4.000.


Segundo a reportagem, no dia 24 de maio, a PF captou uma conversa de Servo com um homem não-identificado. No diálogo, o empresário convida o interlocutor para um encontro. "Eu estou aqui com o homem forte. Aquele que eu mandei você ligar na campanha para ele, que estava na campanha", diz Servo. "A do Lula?", pergunta o interlocutor. "É, do Lula, do Mercadante", responde Servo.


Nas campanhas de Lula e Mercadante, explica a reportagem, Morelli foi contratado para alugar e fornecer carros. À PF, ele afirmou que o serviço de locação de carros à campanha de Mercadante fez sua movimentação financeira subir de R$ 320 mil, em 2005, para R$ 661 mil no ano passado. Sobre a campanha de Lula, ele não precisou em qual trabalhou.


No depoimento, Morelli afirmou que conversou duas vezes neste ano com Lula, na casa do presidente em São Bernardo, sem tratar de política. Apelidado de "Chupisco" por amigos do PT, Morelli também foi segurança de José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, na campanha de 1994.


A reportagem informa ainda que outras escutas telefônicas, segundo a PF, apontaram que Morelli corrompia policiais para manter os caça-níqueis.


Prorrogação


A Polícia Federal em Mato Grosso do Sul afirmou ontem que 13 presos pela Operação Xeque-Mate foram liberados na noite de sexta-feira, quando a Justiça prorrogou a prisão temporária de apenas 67 dos 80 detidos sob suspeita de envolvimento com a máfia dos caça-níqueis.

O juiz da 5ª Vara Federal de Campo Grande (MS), Dalton Igor Kita Conrado, autorizou na sexta-feira a prorrogação de 27 presos, entre eles estão Nilton Cézar Servo e Dario Morelli Filho. Já a Justiça de Três Lagoas (MS) prorrogou a prisão de outros 40.


O delegado da PF Alexandre Custódio, que preside o inquérito sobre a máfia dos caça-níqueis, pediu à Justiça a prorrogação da prisão de parte dos suspeitos que foram detidos na Operação Xeque-Mate para confrontar declarações contraditórias dos depoimentos dos envolvidos.


Operação


Na segunda-feira, a PF prendeu 76 pessoas. No dia seguinte, a PF anunciou a prisão de mais duas pessoas --Nilton Cézar Servo e seu filho, Victor Servo.


Cézar Servo é investigado por ser dono de máquinas de caça-níqueis em vários Estados e teria ligações com o irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Genival Inácio da Silva, o Vavá.


Vavá foi indiciado por tráfico de influência no Executivo e exploração de prestígio no Judiciário. A PF chegou a pedir a prisão do irmão de Lula, mas a Justiça indeferiu o pedido alegando que o tráfico de influência e a exploração de prestígio não beneficiaram a máfia dos caça-níqueis e que ele não faria parte da quadrilha.

Além de Vavá, Servo também seria ligado ao compadre de Lula, Dario Morelli Filho. Os dois seriam sócios em uma casa de jogos na Baixada Santista.


Na noite de quarta-feira, Hércules Mandetta Neto, irmão do secretário municipal de Saúde de Campo Grande (MS), Luiz Henrique Mandetta, que estava foragido, se apresentou à PF. Na sexta-feira, Ari Silas Portugal, também se entregou. Com isso, a PF prendeu 80 pessoas na operação. Cinco acusados ainda estão foragidos.


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