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Tropa que veio defender o Rio do tráfico em condições precárias

Agentes da elite da Força Nacional estão alojados em quartel do Exército cheio de ratos e de insetos, sem camas nem armários, com reboco caindo do teto e cheiro
de mofo

Francisco Edson Alves - O Dia


Rio - Dormitórios superlotados, sem camas ou colchões; forte odor de mofo no ambiente; pedaços de reboco, aranhas e até escorpiões que caem do teto; roupas penduradas em varais improvisados; ratos e baratas por todos os lados; quentinhas que chegam em caixas de papelão sujas; falta de água potável; banheiros sem portas e com vasos sem tampas. Não se trata de nenhum presídio. É assim que estão alojados os 250 integrantes, sendo 17 mulheres, do Batalhão de Pronta Resposta (BPR), a tropa de elite da Força Nacional de Segurança (FNS), no antigo 24º Batalhão de Infantaria Blindada (BIB), em Ramos.

Fotos obtidas por O DIA mostram as condições degradantes em que os policiais estão abrigados no quartel de 220 mil metros quadrados, desativado pelo Comando Militar do Leste (CML) em 2004. “Além de sermos tratados como bichos, ainda somos humilhados por traficantes da área, que diariamente fazem disparos em direção ao batalhão para nos intimidar. O estresse é constante”, desabafa um agente, referindo-se a bandidos do vizinho Complexo da Maré.


PERFURAÇÕES


Segundo os policiais, a ordem é para que só andem armados com fuzis no interior da unidade. Nos muros e nas guaritas, onde sentinelas ficam 24h, há dezenas de marcas de balas de grosso calibre. Numa das cabines, a que fica voltada para a Avenida Almirante Frontin, há cerca de 10 perfurações.


Como nas cadeias, os agentes da FNS se revezam para dormir à noite nos três alojamentos, apelidados de “ratolândias”. “Alguns ficam encarregados de não deixar que ratos se aproximem dos colchonetes, sacos de dormir e papelões, usados como camas.

Outros chegam a armar barracas de camping para evitar ataques de animais, como aranhas e escorpiões, encontrados com freqüência, e para proteger a cabeça de pedaços de rebocos que caem do teto”, detalha outro policial.


Sem mesa, os agentes costumam fazer as refeições sentados no chão. Muitos recusam a comida oferecida e comem apenas macarrão instantâneo com sardinha. “Não temos frutas, verduras ou legumes. As quentinhas chegam com gosto azedo. O almoço só sai entre 14h e 15h e o jantar, sempre entre meia-noite e 1h. Água para beber, cada um tem que comprar suas garrafas”, lamenta um dos agentes.


O coordenador de Segurança da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), José Hilário Medeiros, reconheceu ontem que “existem alguns problemas” no 24º BIB. “Mas tudo está sendo resolvido, de acordo com prazos que estão sendo rigorosamente cumpridos. Já estamos comprando camas, por exemplo”, assegurou.


Quanto às ameaças de traficantes, Hilário disse que o quartel foi escolhido de forma estratégica. “Além disso, estamos atendendo apelos da comunidade, que quer a presença da Força Nacional naquela região”, justificou o coordenador.


Exército reconhece problemas


O próprio comando do Exército reconhece que o 24º BIB necessita de manutenção, assim como o 21º Grupo de Artilharia de Campanha do Rio de Janeiro e o 3º Batalhão de Infantaria de Niterói, também cedidos à FNS, mediante contrato com a Senasp. “As unidades que eram sediadas nesses locais foram transferidas ou desativadas”, justifica nota do setor de relações-públicas. Os policiais abrigados no 24º BIB — desativado por falta de segurança — são do Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Amazonas, Santa Catarina e Bahia.


A menos de um mês dos Jogos Pan-Americanos, pouco mais de dois mil soldados da FNS — um terço do número previsto — já chegaram ao Rio. “Os outros quatro mil virão de forma gradativa, obedecendo a um calendário, que não está atrasado”, garantiu Hilário. Ele disse que os seis mil agentes ficarão alojados em quartéis.


Desde janeiro, quando as tropas da FNS começaram a chegar ao Rio, o Ministério da Justiça já gastou cerca de R$ 10 milhões só com o pagamento de diárias. Além do salário, entre R$ 1 mil e R$ 1.200, cada agente recebe R$ 125 de diária.


A falta de planejamento para hospedagem dos policiais em quartéis do Exército foi uma das críticas feitas pelo ex-comandante da FNS, coronel Aurélio Ferreira, antes de ser substituído pelo coronel Luiz Antônio Ferreira. A Senasp informou que Ferreira não pode dar declarações.


MATO E ÁGUA PARADA


Tomada por matagal, a área interna do extinto 24º BIB tem uma piscina, que, sem uso, teria virado criadouro do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue. “Vários agentes contraíram a doença nas últimas semanas”, garantiu um soldado, ressaltando que outros companheiros também estariam com problemas de pele e respiratórios por causa das instalações precárias.


A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde informou que este ano já foram registrados 110 casos de dengue na região. A secretaria não confirmou, porém, se há soldados da FNS com a doença, alegando que não pode dar informações sobre casos isolados.

Comentários

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