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Vavá tentava lobby em Brasília, diz empresário

RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA – FOLHA DE SÃO PAULO

Dois homens que aparecem nas gravações dos telefonemas do aposentado Genival Inácio da Silva, o Vavá, foram identificados ontem pela Folha. Um deles, acusado em 2000 de envolvimento com o tráfico de drogas, confirmou que o irmão do presidente Lula tentava vender influência em Brasília.

Sem dar detalhes, o empresário Silvio Barbosa de Assis, dono de um escritório de advocacia e assessoria na capital federal, disse que Vavá o procurava com propostas similares à "venda de terreno na lua".

"Esse cidadão é só problema, e tem cada coisa exorbitante..., é assim, terreno na lua", disse ele, que teve telefonema com Vavá gravado no último dia 25.

Na transcrição do diálogo, a PF não identificou Assis, localizado pela Folha por meio de seu celular, Vavá diz ao interlocutor que "o cara vai estar na Câmara dos Deputados, o "Marcos'", e que "amanhã está indo o Paulo e o Vágner conversar com ele". Pela transcrição, Vavá pede ao interlocutor para ligar para Marcos.

Assis disse ontem não conhecer nenhuma das pessoas citadas pelo irmão de Lula. "Essa pessoa [Marcos], acho que queria alguma orientação sobre uma coisa jurídica, e estava na Câmara, era de São Paulo, estava de passagem". O empresário afirmou que nunca procurou ou recebeu as pessoas citadas por Vavá nem recebeu pedido de dinheiro.

Assis está na lista de indiciados pela relatório final da CPI do Narcotráfico, de 2000, sob suspeita de "liderar o narcotráfico" no Amapá. Ele disse à Folha que a acusação é política, já que possuía jornal de oposição ao governo da época, e a prova é que as suspeitas não teriam resultado em ação judicial.

A Folha localizou também um empresário a quem Vavá teria pedido dinheiro. Em 22 de maio, a PF gravou a conversa de Vavá com um pessoa identificada como Rinaldo, que seria funcionário do Banco do Brasil. Na conversa, Vavá pede R$ 2.000 emprestados a Rinaldo e diz que iria "ver o negócio do Correio". Rinaldo orienta Vavá a procurar "Marcelo".

O empresário Marcelo Souza de Oliveira disse à Folha que recebeu a ligação de Vavá, mas não emprestou o dinheiro, apesar de já ter feito empréstimos anteriores a Vavá. Ele disse que possui uma sociedade com um primo de Lula de nome Cido Barros e que é amigo de Rinaldo, outro primo de Lula, segundo ele. Disse ter ajudado Vavá pelo parentesco do sócio e que nunca pediu nem recebeu oferta de benefício do governo.

As assessorias dos Correios e do Banco do Brasil afirmaram que os órgãos não se manifestarão sobre o episódio.

Comentários

Anônimo disse…
Aprendi muito

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