JULIANNA SOFIA
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O Ministério do Trabalho divulgou ontem a nova lista de empresas e empregadores flagrados submetendo trabalhadores a condições precárias. Essa é a oitava versão da chamada "lista suja", que alcançou um número recorde: 192. A relação anterior contava com 163.
Segundo a secretária de Inspeção do Trabalho, Ruth Vilela, a nova lista traz 51 novos nomes e revela que o Estado de Santa Catarina é um novo foco de trabalho degradante.
Em relação à versão anterior da lista, publicada em dezembro, houve a exclusão de 22 nomes. A secretária explicou que a retirada de estabelecimentos da lista ocorre depois de dois anos. Durante esse período, as empresas não conseguem obter empréstimos em bancos públicos e privados nem acesso a recursos de fundos públicos.
O ministério assinou um pacto com a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) para conseguir o apoio das instituições privadas. Vilela relata que a pecuária é o setor campeão no emprego desse tipo de mão-de-obra. "Não é exatamente no trabalho com o gado, mas na preparação do pasto", conta. Pará e Mato Grosso continuam sendo os maiores redutos do trabalho degradante.
Ela reconheceu que estabelecimentos ligados à produção de álcool fazem parte da "lista suja". O Brasil vem sendo apontado por parceiros comerciais de usar mão-de-obra escrava na produção do etanol, o que irritou o governo. "Pelo menos não escondemos isso para debaixo do tapete", afirma a secretária.
A lista com nomes dos estabelecimentos está no endereço:
www.mte.gov.br/trab-escravo/lista-JULHO-2007.pdf
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