FERNANDO RODRIGUES
BRASÍLIA - Duas reportagens ontem na Folha chamam a atenção para o quanto "este país" ainda está distante de alcançar um estágio mais avançado de cidadania.
Um texto tratou da liberação de documentos secretos nos EUA. Outro era a respeito das viagens de ministros lulistas em aviões da FAB.
No caso norte-americano, os brasileiros são mais uma vez humilhados por terem de se contentar em conhecer sua história apenas e quando o "grande irmão do Norte" libera papéis por força de uma legislação auto-imposta em 1966.
Os órgãos federais dos EUA são obrigados a divulgar seus segredos depois de passados 30 anos do fato.
Graças a essa exigência, o repórter Rubens Valente teve acesso a íntegras de telegramas relatando um pedido de dom Paulo Evaristo Arns para que o governo norte-americano adotasse um embargo comercial contra o Brasil nos anos 70.
Já no episódio dos jatinhos da FAB, os repórteres Letícia Sander e Pedro Dias Leite enviaram pedidos de informação aos 37 ministros de Lula. Quem e para que usou, queriam saber. Só 28 responderam. Nove não deram nem pelota.
Pelo menos uma resposta veio com um contra-exemplo emblemático do lulismo. Assim reagiu Tarso Genro, ministro da Justiça: "É uma matéria [jornalística] muito primária saber se um ministro usa uma prerrogativa legal".
Tarso se refere ao fato de os jatinhos poderem, desde o governo FHC, transportar ministros para cima e para baixo -dentro da lei.
Por essa razão, talvez considere a pergunta impertinente. Também deve ter achado inoportuna a reportagem revelar um crescimento de 20% no uso dos aviõezinhos durante o apagão aéreo.
Felizmente, Tarso não tem meios de impedir a publicação de notícias desagradáveis. Por enquanto, ainda, é uma "prerrogativa legal" da mídia mostrar a vida boa dos ministros lulistas.
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Sr. Tarso, é legal, e imoral. Enquanto quem paga as contas, e os salários dos ministros, passa horas, dias, dormindo no chão de um aeroporto, os nobres feudais do rei Lula, viajam sem atropelos e atrasos, com tudo pago, pelos idiotas que deram seus votos a esse rei barbudo. Há de se salientar que quem faz as leis é quem se aproveita delas, deputados, senadores, vereadores. Mas moralidade vem de berço, do povo, sua cultura e tradições. Moral, como vemos diariamente no noticiário, não há no congresso, ou qualquer outra instituição pública.
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