MARI TORTATO
da Agência Folha, em Florianópolis
O presidente da Câmara Municipal de Florianópolis, Ptolomeu Bittencourt Jr. (DEM), disse ontem que submeterá ao plenário da Casa a decisão de processar o prefeito Dario Berger (PSDB). A Procuradoria da Câmara apresentou ontem à mesa diretora um parecer em que pede a instalação de uma comissão processante contra o prefeito.
A cassação do mandato é a penalidade mais grave que ele pode sofrer, na hipótese de confirmação do processo e se os vereadores concluírem que praticou improbidade administrativa ou cometeu crime de responsabilidade.
Berger é suspeito de favorecer os negócios do empresário Fernando Marcondes de Mattos --dono do resort de luxo Costão do Santinho-- na criação de uma lei de incentivo à hotelaria na capital catarinense, segundo indica relatório da Polícia Federal.
As suspeitas surgiram em escutas telefônicas na investigação que culminou na Operação Moeda Verde, de maio.
A operação prendeu 22 pessoas, entre secretários municipais, empresários, vereadores e funcionários de órgãos ambientais de Florianópolis e do Estado, por manter um suposto esquema de corrupção para burlar e criar leis ambientais que permitiam construção de shoppings e condomínios em áreas de preservação permanente ou na faixa da Marinha, à beira mar.
Bittencourt disse que a mesa leva o assunto à votação dos 16 vereadores na primeira ou na segunda sessão no retorno do recesso das votações, em agosto.
O presidente da Câmara negou que o adiamento da votação seja uma manobra para fazer o assunto esfriar."Não vou permitir que esfrie", disse. Depois de iniciar sua administração com maioria na Câmara, hoje Berger conta com seis a sete vereadores em sua base.
O prefeito disse se receber as suspeitas levantadas com "indignação e revolta", segundo nota distribuída por sua assessoria. Marcondes de Mattos também negou participação em esquema para burlar leis ambientais.
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