CIRILO JUNIOR, no Rio
A operação Propina S/A, deflagrada pelo Ministério Público do Rio e pelas secretarias estaduais da Fazenda e da Segurança, já prendeu 24 suspeitos de sonegação fiscal. O rombo causado pela ação coordenada por fiscais da Fazenda do Estado do Rio de Janeiro chegou a pelo menos R$ 1 bilhão.
O procurador-geral de Justiça do Estado, Marfan Vieira, não informou o tempo de atuação da quadrilha, mas adiantou que o rombo é pelo menos três vezes superior ao do escândalo do "propinoduto" -- em que fiscais da Secretaria da Fazenda do Estado do Rio mandavam para o exterior dinheiro desviado de empresas.
Segundo o secretário da Fazenda do Rio, Joaquim Levy, o valor desviado pela quadrilha seria suficiente para custear a folha de pagamento da educação durante seis meses.
Dos 31 mandados de prisão expedidos, 24 já foram cumpridos nesta quarta-feira. São 11 fiscais investigados (dez presos), seis empresários (quatro presos) e sete contadores (seis presos). Os outros sete investigados, segundo Vieira, são "terceiros envolvidos no esquema". Desses, quatro estão presos. Outros dez fiscais foram afastados e estão sob investigação.
A investigação foi iniciada há pouco mais de um ano e envolveu 380 homens entre policiais civis e militares e promotores de Justiça. As escutas telefônicas resultaram em 2.356 horas de gravações.
Marfan Vieira disse que foi produzido um farto material que não deixa dúvidas sobre a participação dos acusados.
O fiscal Francisco Roberto da Cunha Gomes, conhecido como Chico Olho de Boi, é considerado o líder do esquema. Vieira afirmou que ele vendeu uma mansão em Angra dos Reis para o traficante colombiano Ruan Carlos Abadía no valor de R$ 4 milhões.
Vieira, no entanto, disse que não há indícios do esquema com o traficante. Gomes foi preso na manhã de hoje quando tentava embarcar para Manaus (AM) e, segundo o Ministério Público, havia indícios de que o fiscal tinha conhecimento da operação.
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