JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O gasto da Receita Federal com cartões corporativos somou R$ 1,9 milhão no ano passado, R$ 500 mil a mais que no ano anterior. A maior parte desses cartões está nas mãos de funcionários de alfândegas e delegacias regionais.
Um levantamento no Portal da Transparência, da Controladoria Geral da União, mostrou que, além do uso dos cartões em lojas de material de construção, papelarias e material de escritório, eles foram utilizados para pagar despesas em livrarias, clubes e farmácias. Além de compras, são comuns os saques em dinheiro, o que torna difícil o rastreamento da finalidade da despesa.
O coordenador-geral de Programação e Logística da Receita Federal, Antônio Márcio Aguiar, disse que estão autorizados os gastos com manutenção nas unidades de alfândega e delegacias, como pequenos reparos elétricos, hidráulicos e pinturas. Assim como as despesas "emergenciais de pequeno valor", como o abastecimento de viaturas e a regularização de veículos apreendidos incorporados à frota da Receita.
Atualmente, 329 funcionários da Receita usam os cartões corporativos. Aguiar diz que não é um número exagerado de cartões, já que atendem a cerca de 600 unidades da Receita.
Algumas despesas de funcionários chamam atenção. A funcionária da alfândega do Porto de Recife Suzana Bezerra gastou R$ 16.034,74 com o cartão em 2007, dos quais R$ 8.911 foram saques
Outra despesa elevada está registrada no cartão usado por Eduardo Marini, funcionário da alfândega do Porto de Santos. Ele gastou R$ 744,18 no Iate Clube de Santos e R$ 199
Oliveira afirmou que todas as despesas com o cartão da Receita são feitas após a abertura de processo na superintendência de logística, inclusive dos saques
O funcionário da alfândega do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, Fred Fontes sacou R$ 1.530 em dinheiro no ano passado. No total, gastou R$ 7.131,40, entre saques, compras em lojas de materiais de construção e até livraria. Uma das compras de Fontes foi na Saraiva, no valor de R$ 28,35. O funcionário também não foi encontrado pela reportagem.
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