EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O diretor técnico do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, Leopoldo Soares Piegas, foi afastado por 60 dias pelo governo do Estado, após o envolvimento da unidade na Operação Parasitas. O substituto será Dikran Armaganijan, atual diretor clínico do hospital.
A Secretaria de Estado da Saúde informou que Piegas foi afastado a pedido e negou qualquer relação com a Operação Parasitas, que, no final de outubro, prendeu cinco pessoas acusadas de participar de um esquema de fraudes em licitações para o fornecimento de produtos médicos e farmacêuticos. O Dante era um dos hospitais que comprava dessas empresas. Nenhum funcionário do hospital, porém, foi preso.
O afastamento foi decidido após outro caso policial, decorrente da Operação Parasitas, envolver o instituto. Na quinta-feira, a Polícia Civil recebeu uma denúncia anônima de que estavam sendo desviados materiais hospitalares do Dante. Foi feita uma operação para flagrar o desvio, mas não foi constatada a irregularidade.
Segundo a Folha apurou, a polícia investigava se o material que estaria sendo desviado iria para um depósito da Unitown, empresa do grupo da Unihealth, que presta serviços ao Dante. A polícia não se manifestou porque o inquérito, já na Justiça, corre em sigilo.
A mulher de Piegas, a psicóloga Rosângela Lurbe, foi sócia da Unitown. A informação está na declaração de bens da psicóloga ao Tribunal Regional Eleitoral em 2006, quando ela concorreu a deputada estadual pelo DEM. Neste ano, ela concorreu a vereadora em São Paulo pelo PSDB. Em sua nova declaração de bens não consta mais a participação na Unitown. O dono do grupo é Domingos Gonçalves de Oliveira Fonseca, ex-marido da psicóloga.
A secretaria informou que, após a operação policial de quinta, a Corregedoria da Casa Civil irá apurar se havia armazenamento irregular de material do hospital. Mesmo que não tenha sido constatado o desvio de material, a secretaria diz querer saber se os insumos estavam corretamente armazenados. Essa investigação deve durar cerca de dois meses, mesmo período do afastamento do diretor, que continuará recebendo seus salários.
O despacho do secretário da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, que afasta temporariamente o diretor do hospital, cita "notícias veiculadas na imprensa" sobre irregularidades no instituto que apontam "para um eventual envolvimento da direção da unidade".
Essas notícias seriam, segundo a assessoria de imprensa da secretaria, uma reportagem de sexta-feira da TV Record sobre a operação que investigou o suposto desvio de materiais do hospital.
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