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De olho em 2010, PMDB livra Yeda de CPI na Assembleia gaúcha

GRACILIANO ROCHA
da Agência Folha, em Porto Alegre

Composta de nove deputados, a bancada do PMDB na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul decidiu que não assinará o requerimento para instalar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o suposto caixa dois praticado pela campanha eleitoral da governadora Yeda Crusius (PSDB), em 2006.

O PMDB faz parte da bancada de apoio à governadora tucana. As outras siglas governistas também fecharam questão contra a CPI. O requerimento foi elaborado pelo PT. Ontem, havia apenas 10 das 19 assinaturas necessárias para instalar a comissão. Assinaram o documento nove petistas (um deles preside a Casa e por isso não assina) e um deputado do PC do B.

Os demais partidos de oposição não aderiram à proposta por temer que uma eventual CPI servisse como palanque do PT, que tem o ministro Tarso Genro (Justiça) como pré-candidato ao governo do Estado.

O requerimento da CPI se baseia em denúncias da existência de um caixa dois tucano e também em supostas irregularidades em licitações de obras públicas que estão sendo investigadas pela Polícia Federal.

A estratégia dos governistas para barrar o pedido se centrou em segurar o PMDB, maior legenda da base. Três deputados que haviam sinalizado ao PT a possibilidade de assinar o requerimento foram enquadrados pela maioria.

Embora ocupe secretarias e comande estatais, o PMDB já trabalha pela candidatura própria do prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, para a sucessão de Yeda em 2010.

A discordância interna sobre assinar ou não o requerimento da CPI tem como pano de fundo a divisão entre os peemedebistas que advogam a saída imediata do governo tucano e os que pretendem adiá-la até o final do ano.

"Sair agora seria oportunismo porque o desgaste político da figura da governadora é muito grande e não dá para criar esta CPI apenas com denúncias requentadas", disse Luiz Fernando Záchia (PMDB).

Depois da posição do PMDB, outras legendas que fazem oposição a Yeda também anunciaram que não assinariam o requerimento ontem.

O presidente nacional do PDT, deputado Vieira da Cunha, pediu ontem à bancada estadual do partido que não assinasse o pedido. A legenda é aliada de Fogaça na prefeitura.

No DEM, partido do vice-governador Paulo Feijó, adversário político de Yeda, dois de seus três deputados disseram que só assinariam o requerimento se a oposição reunisse pelo menos 17 assinaturas.

O líder do PT, Elvino Bohn Gass, disse que a sigla espera obter o número mínimo de assinaturas nos próximos dias.

Ontem, estudantes universitários e secundaristas cancelaram protesto em frente ao Palácio Piratini (sede do governo) por causa da chuva.

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