AL
Alagoas
assassinato
Assembléia Legislativa
Cícero Ferro
Constituição
deputado
desembargador
governador
intervenção
Ministério Público
OAB
PMN
PSDB
Teotonio Vilela Filho
TJ

Carlos Madeiro
Em Maceió
O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) decidiu na noite desta terça-feira (15) solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma intervenção na Assembleia Legislativa, devido ao descumprimento de mandados judiciais contra parlamentares afastados de seus cargos pelo Poder Judiciário. O pedido foi aprovado por unanimidade pelos desembargadores.
O despacho deve ser enviado ao STF apenas na quinta-feira, já que hoje é feriado em Alagoas, devido ao aniversário da emancipação política do Estado. De acordo com a presidente do TJ-AL e relatora do caso, Elisabeth Carvalho, a decisão tem como base dois artigos da Constituição Federal: o 34º, que diz que a União poderá intervir em um Estado para "prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial"; e o 36º, que estabelece como um dos critérios para intervenção a "desobediência à decisão judiciária".
A solicitação
O pedido de intervenção acontece três semanas após o desembargador Orlando Manso decidir - pela segunda vez naquele mês - pelo afastamento do deputado Cícero Ferro (PMN). O parlamentar é acusado de ser o mandante do assassinato do vereador de Delmiro Gouveia, Fernando Aldo, em 2007. Além desse crime, Ferro ainda responde por outros dois processos: o assassinato do seu primo, Jacó Ferro, em 2005, e por porte ilegal de arma.
Para burlar o cumprimento da decisão, a Assembleia aprovou, há duas semanas, um decreto que "autoriza" o descumprimento de decisões judiciais sobre afastamentos de parlamentares. O decreto alega que somente os próprios deputados podem afastar um parlamentar do cargo. Por conta de agressões ao judiciário feitas à imprensa, Ferro - que continua trabalhando normalmente na Assembleia - responde a um processo no recém-criado Conselho de Ética da Assembleia.
Sobre o afastamento, Orlando Manso afirmou que a situação de Ferro é "excepicionalíssima" e por isso não cabe a aplicação da imunidade parlamentar, já que o deputado estaria ferindo a ordem pública. "Ele vem constantemente agredindo a ordem pública com atitudes truculentas e violentas sob uma apatia completa da Assembleia, que não toma nenhuma decisão", analisou.
No voto desta terça-feira, a presidente do TJ-AL alegou que o decreto legislativo não possui "existência no mundo jurídico". "A intervenção é uma medida indispensável para garantia do livre exercício do poder judiciário e para que se dê provimento às decisões que dele emanam. Ao se negar agressivamente o cumprimento de uma decisão judicial investe-se contra a dignidade do judiciário", afirmou Elisabeth Carvalho.
Após ser comunicado da decisão do TJ, o presidente da Assembleia, Fernando Toledo (PSDB), disse que vai aguardar a decisão do STF. "Estou tranqüilo que tudo o que foi feito na Assembleia está dentro da legalidade", explicou.
MP e OAB apóiam decisão
Autor do pedido de afastamento do deputado Cícero Ferro, o Ministério Público Estadual disse que apóia a decisão do TJ-AL de pedir a intervenção federal na Assembleia, mas ainda espera o cumprimento da decisão judicial. "Essa intervenção será pontual, somente para fazer o cumprimento da decisão judicial. Ela pode durar apenas alguns minutos, mas é importante para restabelecer a ordem pública. Se Assembleia quiser evitar essa intervenção, é só cumprir a decisão. Assim, extingue o objeto da ação", afirmou o procurador-geral de Justiça, Eduardo Tavares.
Para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Alagoas, Omar Coelho, a decisão do TJ-AL foi acertada. "Decisão judicial se cumpre e se recorre. Essa era a postura esperada de um poder legislativo. A decisão do TJ mostra que o judiciário não se furtou de fazer valer as suas prerrogativas", analisou.
Coelho ainda explicou que, para ser cumprida, a intervenção terá que ser autorizada pelo presidente da República. "Esse pedido vai ser apreciado pelo STF, e se aceito, será enviado ao presidente Lula- que é quem decide e pode nomear um interventor", explicou o advogado.
Antes da confirmação do envio do pedido ao STF, o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) disse que não iria interferir na crise entre os poderes legislativo e judiciário. "Essa é uma decisão que tem de ser resolvida no campo jurídico. Os poderes têm suas convicções", justificou.
Tribunal de Justiça de Alagoas pede ao STF intervenção federal na Assembleia Legislativa

Carlos Madeiro
Em Maceió
O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) decidiu na noite desta terça-feira (15) solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma intervenção na Assembleia Legislativa, devido ao descumprimento de mandados judiciais contra parlamentares afastados de seus cargos pelo Poder Judiciário. O pedido foi aprovado por unanimidade pelos desembargadores.
O despacho deve ser enviado ao STF apenas na quinta-feira, já que hoje é feriado em Alagoas, devido ao aniversário da emancipação política do Estado. De acordo com a presidente do TJ-AL e relatora do caso, Elisabeth Carvalho, a decisão tem como base dois artigos da Constituição Federal: o 34º, que diz que a União poderá intervir em um Estado para "prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial"; e o 36º, que estabelece como um dos critérios para intervenção a "desobediência à decisão judiciária".
A solicitação
O pedido de intervenção acontece três semanas após o desembargador Orlando Manso decidir - pela segunda vez naquele mês - pelo afastamento do deputado Cícero Ferro (PMN). O parlamentar é acusado de ser o mandante do assassinato do vereador de Delmiro Gouveia, Fernando Aldo, em 2007. Além desse crime, Ferro ainda responde por outros dois processos: o assassinato do seu primo, Jacó Ferro, em 2005, e por porte ilegal de arma.
Para burlar o cumprimento da decisão, a Assembleia aprovou, há duas semanas, um decreto que "autoriza" o descumprimento de decisões judiciais sobre afastamentos de parlamentares. O decreto alega que somente os próprios deputados podem afastar um parlamentar do cargo. Por conta de agressões ao judiciário feitas à imprensa, Ferro - que continua trabalhando normalmente na Assembleia - responde a um processo no recém-criado Conselho de Ética da Assembleia.
Sobre o afastamento, Orlando Manso afirmou que a situação de Ferro é "excepicionalíssima" e por isso não cabe a aplicação da imunidade parlamentar, já que o deputado estaria ferindo a ordem pública. "Ele vem constantemente agredindo a ordem pública com atitudes truculentas e violentas sob uma apatia completa da Assembleia, que não toma nenhuma decisão", analisou.
No voto desta terça-feira, a presidente do TJ-AL alegou que o decreto legislativo não possui "existência no mundo jurídico". "A intervenção é uma medida indispensável para garantia do livre exercício do poder judiciário e para que se dê provimento às decisões que dele emanam. Ao se negar agressivamente o cumprimento de uma decisão judicial investe-se contra a dignidade do judiciário", afirmou Elisabeth Carvalho.
Após ser comunicado da decisão do TJ, o presidente da Assembleia, Fernando Toledo (PSDB), disse que vai aguardar a decisão do STF. "Estou tranqüilo que tudo o que foi feito na Assembleia está dentro da legalidade", explicou.
MP e OAB apóiam decisão
Autor do pedido de afastamento do deputado Cícero Ferro, o Ministério Público Estadual disse que apóia a decisão do TJ-AL de pedir a intervenção federal na Assembleia, mas ainda espera o cumprimento da decisão judicial. "Essa intervenção será pontual, somente para fazer o cumprimento da decisão judicial. Ela pode durar apenas alguns minutos, mas é importante para restabelecer a ordem pública. Se Assembleia quiser evitar essa intervenção, é só cumprir a decisão. Assim, extingue o objeto da ação", afirmou o procurador-geral de Justiça, Eduardo Tavares.
Para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Alagoas, Omar Coelho, a decisão do TJ-AL foi acertada. "Decisão judicial se cumpre e se recorre. Essa era a postura esperada de um poder legislativo. A decisão do TJ mostra que o judiciário não se furtou de fazer valer as suas prerrogativas", analisou.
Coelho ainda explicou que, para ser cumprida, a intervenção terá que ser autorizada pelo presidente da República. "Esse pedido vai ser apreciado pelo STF, e se aceito, será enviado ao presidente Lula- que é quem decide e pode nomear um interventor", explicou o advogado.
Antes da confirmação do envio do pedido ao STF, o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) disse que não iria interferir na crise entre os poderes legislativo e judiciário. "Essa é uma decisão que tem de ser resolvida no campo jurídico. Os poderes têm suas convicções", justificou.
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