Ex-subsecretário João Carlos Feitosa aparece em escutas da PF negociando valores com integrantes do esquema
ROSA COSTA/ BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
Ex-subsecretário de Esporte do governador Agnelo Queiroz, do Distrito Federal, João Carlos Feitosa, conhecido como Zunga, é um dos mais frequentes interlocutores dos operadores do grupo comandado pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Em entrevista ao Estado, Zunga nega trabalhar para Cachoeira. Ele se trai, no entanto, ao citar nomes de integrantes do grupo, como o do sargento Idalberto Matias (Dadá), antes mesmo de ser questionado sobre a ligação com essas pessoas.
"O Carlinhos (Cachoeira) eu conheço através do futebol, de peladas e vim a conhecer algum outro tipo de pessoas por outro tipo de amizades que eu tenho
Uma escuta telefônica no dia 8 de abril do ano passado, de menos de um minuto, mostra Zunga pedindo a Rosalvo Simprini Cruz, contador de Olímpio Quiroga Neto, que também integra o grupo de Cachoeira, que deposite dinheiro em sua conta. E cita o número da conta do Banco Regional de Brasília (BRB). "Em nome de quem ?", pergunta o contador. E Zunga dá o seu nome: João Carlos Feitosa.
Os telefonemas grampeados na Operação Monte Carlo mostram que Zunga não gostou de receber o pagamento semanal de R$ 2,5 mil para colaborar com o grupo. Olímpio pergunta a Rosalvo, em fevereiro do ano passado, se está tudo "certinho", com relação ao pagamento do servidor do governo do DF. Ele responde: "Tá, não sei se ele não gostou muito do valor, falei é dois e meio aí ele (pergunta) se é só isso".
Olímpio pede para lembrar que o pagamento é semanal. Outras conversas grampeadas mostram que o valor da propina subiu para R$ 3 mil.
Em dezembro, Zunga aparece pedindo a outro operador de Cachoeira, chamado de "Lenine" ou "Baixinho", que adiante o pagamento.
"Queria ver com você se dava pra dar uma adiantada naquele negócio aí pro Natal, se é possível". Lenine diz que vai "dar uma olhada no caixa" e que mandará o dinheiro "até o dia 24".
Exonerado. Zunga foi exonerado da subsecretaria de Esporte em setembro e nomeado para um emprego de fachada na Fundação de Amparo ao Preso (Funap), órgão subordinado do Governo do Distrito Federal.
Os demais servidores e a segurança do local não sabiam que ele trabalhava na Fundação.
Na semana passada, o ex-subsecretário de Esporte de Agnelo foi demitido da Funap.
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