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Diretora do IBGE deixa cargo após suspensão da Pnad Contínua

IBGE suspendeu divulgação da pesquisa para revisar metodologia.
Divulgação de pesquisa ficará interrompida até janeiro de 2015.


Do G1, em São Paulo

A diretora de Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Marcia Quintslr, pediu exoneração do cargo nesta quinta-feira (10). Segundo o instituto, a diretora discordou da decisão de suspender, até janeiro de 2015, a divulgação dos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Marcia Quintslr deixa o cargo, mas segue como servidora do IBGE.

Marcia comandava uma das 4 diretorias do IBGE, que em conjunto com 3 coordenadores compõem o conselho diretor do instituto.

A suspensão da divulgação dos resultados da pesquisa – que deverá substituir a tradicional Pnad anual e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), através de uma metodologia mais abrangente – foi divulgada também na quinta-feira.

Segundo o instituto, a decisão foi motivadas por questionamentos feitos por parlamentares e tem como objetivo fazer uma revisão na metodologia de coleta e cálculo da renda domiciliar per capita. O IBGE explica que o cálculo atual prevê margens de erro diferentes para a pesquisa entre os estados, o que prejudica a comparação entre os resultados.

Segundo explica o instituto, as estimativas de renda domiciliar per capita são um dos itens considerados na distribuição de recursos aos estados por meio do Fundo de Participação dos Estados (FPE). De acordo com a legislação, estados com renda per capita mais elevada podem receber fatias menores de recursos do FPE.

A próxima divulgação da PNAD Contínua seria em junho desse ano.

O IBGE informou que constituirá um grupo técnico para estudar o assunto e que reprogramará o calendário de divulgação dos resultados da PNAD Contínua, retomando-o a partir de janeiro de 2015.

A decisão foi anunciada após o IBGE ter divulgado na manhã desta quinta os resultados da Pnad Contínua referente ao 4º trimestre de 2013. Segundo a pesquisa, o Brasil fechou o ano de 2013 com uma taxa de desemprego de 6,2%. O novo indicador mostra um desemprego maior que o calculado pela PME, que fechou o ano em 4,3%.

A nova pesquisa tem maior abrangência nacional e foi concebida para ser trimestral, enquanto a PME leva em consideração dados apurados em apenas seis regiões metropolitanas do país.

Confira a íntegra da nota do IBGE:

"No início do mês de abril o IBGE foi questionado por parlamentares acerca da metodologia de cálculo da renda domiciliar per capita na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), pesquisa que substituirá aquela que tradicionalmente apurava esta variável.

Entre os questionamentos destacava-se, particularmente, aquele relativo aos intervalos de confiança das estimativas por Unidade da Federação, já que tais estimativas servirão de base para o rateio do Fundo de Participação dos Estados – FPE, conforme definido pela Lei Complementar n 143/2013 (LC 143).

Em Requerimento de Informação apresentado, os senadores manifestaram preocupação sobre “os dados que estão sendo coletados e que estão sendo divulgados possam gerar uma avaliação equivocada por parte dos Estados“ e solicitaram avaliação “se a pesquisa atual não precisa ser reestruturada para atender de forma transparente as determinações constitucionais que pesarão sobre seus resultados”. Cabe esclarecer que o IBGE ainda não divulgou nenhuma estimativa de renda domiciliar per capita com base nas informações da PNAD Contínua.

Importa reconhecer que, até então, o IBGE tinha se programado para fornecer as estimativas requeridas em dezembro de 2015, para serem aplicadas na distribuição dos recursos no exercício de 2017. Ocorre, porém, que a LC 143 estabeleceu a vigência a partir de 2016, o que requer divulgação dos dados até janeiro de 2015.

Considerando as preocupações externadas pelos senadores e tendo em vista a redução dos prazos disponíveis para a elaboração das estimativas, o IBGE adotará as seguintes providências:

- constituirá no IBGE um grupo técnico para formular proposta de metodologia, utilizando a PNAD Contínua, para produção das estimativas requeridas pela LC 143, levando em conta a demanda formulada para que tais estimativas apresentem precisão comparável para as Unidades da Federação;

- apresentará, para conhecimento das Unidades da Federação e outros interessados, a metodologia que será utilizada; e

- divulgará até janeiro de 2015 os resultados das estimativas da PNAD Contínua para a renda domiciliar per capita, obtidas com a metodologia proposta, atendendo assim aos prazos estabelecidos na LC 143;

- reprogramará o calendário de divulgação dos resultados da PNAD Contínua, retomando-o a partir de janeiro de 2015, concentrando a atenção do quadro técnico disponível no tratamento desta questão.

Com estas providências, o IBGE assegura que a questão estará sendo tratada com o máximo empenho institucional, que adotará os métodos mais adequados para obtenção das estimativas requeridas, retomando em seguida a regularidade da divulgação das informações da PNAD Contínua, pesquisa que reafirma ser de suma importância para o país."

Comentários

Luiz Maia disse…
A verdade é que o PT não quer que os índices reais de desempregos sejam mostrados em ano eleitoral. O desemprego está aumentando e querem mascarar isso. Mas o povo sabe que está desempregado. Não adianta mentir e esconder.

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