A Eletrobras vai encolher e concentrar suas atividades em setores onde o governo considera a presença estatal estratégica: as grandes hidrelétricas e linhas de transmissão. Na última quarta-feira, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, recebeu da consultoria Roland Berger levantamento dos ativos que poderiam ser colocados à venda. Participações da Eletrobras e suas subsidiárias estão no radar.
Além dessas participações, a Eletrobras planeja se desfazer das distribuidoras de energia nos estados, ou pelo menos de parte desses ativos. Segundo o jornal O Globo, a primeira a ser vendida é a Celg, de Goiás, onde a estatal tem 51% de participação. A companhia tem valor de mercado estimado em R$ 8 bilhões. Outras seis distribuidoras poderão ser vendidas, ou pelo menos parte dos ativos: Cepisa, do Piauí; Ceal, de Alagoas; Eletrobras Amazonas; Ceron, de Rondônia; Eletroacre, do Acre; e Bovesa, de Roraima. Também estão na lista a CEA, do Amapá; e a CERR, de Roraima, onde a Eletrobras tem apenas participação.
A estratégia do governo é começar a se desfazer dos ativos da Eletrobras menores, como usinas eólicas, pequenas hidrelétricas e linhas de transmissão curtas. Isso porque são considerados ativos mais líquidos e com demanda garantida, conforme revelaram leilões recentes, segundo uma fonte do governo.
Na quarta-feira, o ministro Eduardo Braga recebeu o presidente do conselho da Eletrobras e atual diretor de Infraestrutura do BNDES, Wagner Bittencourt, para tratar da venda da Celg e debater o relatório da Roland Berger. Segundo Braga, o governo ainda espera procedimentos do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para vender a distribuidora goiana.
Mais do que arrecadar recursos para a União, a venda de ativos do setor elétrico visa a reduzir o endividamento da Eletrobras e fortalecê-la financeiramente nas áreas em que o governo considera fundamental a presença forte da estatal. Essa seria uma alternativa para resolver os problemas de caixa dentro da própria empresa, uma vez que o acesso a financiamentos ficou mais restrito, disse uma fonte.
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