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CPI que teve depoente assassinado acaba em pizza

Gilmar Borges foi morto a pauladas uma semana depois de depor


André Brito | Diário do Poder

A CPI da Funai/Incra, criada para investigar irregularidades no processo de reforma agrária, não foi prorrogada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), apesar de um dos depoentes da comissão ter sido assassinado logo após dar depoimento secreto implicando deputados federais. 


Erika Kokay, foto Gustavo Lima, Câmara dos Deputados
Deputada Federal Érika Kokay (PT)


Gilmar Borges, 78, disse à CPI que a deputada Érika Kokay (PT-DF) mantinha contato direto com integrantes do MST, responsável por invasões sucessivas em sua fazenda nos últimos anos. De acordo com o depoimento de Gilmar, a deputada foi à fazenda para tentar convencê-lo a doar parte da terra aos ex-funcionários da olaria fechada pelo fazendeiro no fim dos anos 90 e, depois da recusa, passou a ser alvo de invasões dos sem-terra, sempre obtendo a reintegração de posse por meio do Judiciário.

O fazendeiro contou que os líderes da invasão atual, que atendem pelos nomes "Jiló" e Raimundo, se reportavam à deputada e fizeram diversas ameaças, inclusive de morte

Cerca de uma semana depois do depoimento, Gilmar foi assassinado a pauladas enquanto cuidava dos animais da fazenda. Dois meses depois, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) não têm nenhuma pista do(s) autor(es) e o Rodrigo Maia, responsável por prorrogar os trabalhos da CPI, não o fez, segundo Kokay, por falta de quórum no plenário para referendar a decisão.

A petista disse que não tem qualquer ingerência sobre o MST e vai cobrar da PCDF a agilidade nas investigações sobre o assassinato de Gilmar.




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