MPF: 'Fama notória de matadores'
maio 31, 2008
Alerj
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Álvaro Lins
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deputado
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Ministério Público Federal
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PF
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Polícia Civil
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Polícia Federal
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TRF
Rio - A decisão tomada pelos 40 deputados — apenas quatro a mais do que o necessário — que libertou o delegado Álvaro Lins contraria frontalmente o consenso que havia entre procuradores do Ministério Público Federal e agentes da PF: o de que os policiais civis integrantes da quadrilha, em liberdade, ameaçam a vida de outras pessoas. O relato que consta no pedido de prisão preventiva encaminhado ao Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região não deixa dúvidas quanto à periculosidade do grupo. “Os referidos acusados possuem fama notória de matadores no âmbito da Polícia Civil, conforme revelado por testemunhas arroladas pelo parquet (Ministério Público Federal).”
Uma das vítimas que o relatório aponta é o PM Jorsan Machado de Oliveira, assassinado em fevereiro de 2007, em Jacarepaguá. Ele teria procurado a Polícia Federal para revelar a ligação dos ‘inhos’ com o contraventor Rogério Andrade na exploração dos caça-níqueis. O caso do delegado Alexandre Neto, que sobreviveu a um atentado, também é citado como exemplo do poderio bélico dos ‘inhos’: “Após apresentar denúncias contra Álvaro Lins e seu grupo, foi alvejado com cinco tiros em frente à sua residência, confirmando o teor das inúmeras conversas telefônicas que afirmavam que o mesmo receberia uma ‘trava’”.
Na mesma página do pedido encaminhado ao TRF, o MPF ainda destaca a capacidade de articulação que o grupo de policiais conhecido como ‘inhos’ demonstra mesmo dentro da prisão. “O fato de encontrarem-se atualmente presos não afasta o perigo que sua liberdade pode resultar à ordem pública. Isto porque há elementos que evidenciam que eles, mesmo dentro da cadeia, participavam de todas as ações da organização, o que levou o juízo da 4ª Vara Federal a determinar suas transferências para o Presídio Federal de Campo Grande (MS), em razão das facilidades de que gozavam na carceragem da Polinter, no Rio de Janeiro.”
Mais à frente, outro trecho comprova a conivência e complacência das autoridades da Polícia Civil na época. O inspetor Alcides Campos Sodré Ferreira é apontado como o interlocutor entre o então chefe de Polícia Civil, Ricardo Hallak, e os delegados intitulados “jóqueis”, isto é, aqueles que pagavam propinas para se perpetuar na chefia de delegacias distritais ou especializadas. Alcides chega a ser preso pela PF, mas após a soltura volta a trabalhar normalmente em setores administrativos.
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