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Vereadores de Maceió se dão aumento de quase R$ 4 mil

Salário de vereador foi reajustado de R$ 15 mil pra R$ 18,9 mil


Davi Soares | Diário do Poder

A classe política alagoana resolveu tripudiar sobre a crise que afeta os salários e os empregos dos trabalhadores dos setores públicos e privados no Brasil. No dia seguinte ao reajuste de 26,3% nos salários de deputados estaduais por decisão dos próprios parlamentares, foi a vez de os vereadores de Maceió aumentarem seus salários à proporção semelhante, na tarde desta quarta-feira (28).


Com 62% de integrantes reeleitos, a Câmara de Maceió virou as costas para eleitor e a necessidade de economizar na crise (Foto: Câmara de Maceió)

O reajuste de quase R$ 4 mil mensais por vereador amplia em mais de R$ 1 milhão de reais o custo da folha do Legislativo Municipal da capital de Alagoas. E eleva de R$ 15 mil para R$ 18.986 mil os salários dos parlamentares que somente aprenderam a frequentar as sessões em 2015, quando passaram a ter descontadas as faltas em seus contracheques, por determinação do Ministério Público Estadual.

Em sessão extraordinária, enquanto o maceioense convive com a ameaça de desemprego e faz contas para não iniciar 2017 endividado, a Câmara de Vereadores justificou oficialmente que o reajuste válido para a próxima legislatura é legal porque os vereadores têm direito constitucional a receber até 75% dos salários dos deputados estaduais, que reajustaram seus salários de R$ 20 mil para R$ 25,3 mil.

Tramitando em regime de urgência, o projeto foi alvo de três tentativas de pedidos de vista, negados pelo presidente da Mesa Diretora, Kelmann Vieira (PMDB). Ao negar a manobra para o adiamento da apreciação, Kelmann argumentou que o Regimento Interno não permitiria pedido de vista, quando uma matéria tramita em caráter de urgência.

SÓ DUAS CONTRA

Dos 21 vereadores presentes à sessão somente as vereadoras Heloísa Helena (REDE) e Tereza Nelma (PSDB) votaram contra a proposta da Mesa Diretora, cujo presidente Kelmann Vieira (PMDB) deve ser reeleito com o apoio do prefeito Rui Palmeira (PSDB).

“Num momento em que o país luta para reduzir gastos, para economizar, esta casa aprova o reajuste dos próprios salários”, disse Tereza ao votar contra a proposta.

Ao defender o reajuste de seu próprio salário, o oposicionista Silvânio Barbosa (PMDB) argumentou que o aumento não afetará as contas do Legislativo, por causa da ampliação de cerca de R$ 2,3 milhões do duodécimo da Câmara, por meio de emenda à Lei Orçamentária Anual de 2017, aprovada também nesta quarta. E ainda disse que aprovou seu reajuste, a fim de beneficiar servidores do Legislativo.

"Votei a favor porque sei que este projeto seria aprovado de qualquer maneira, apesar de não concordar. Mas também sei que os salários dos servidores serão reajustados e é por eles que eu batalho aqui", justificou Silvânio.

Da atual legislatura no Legislativo de Maceió, 62% dos vereadores foram reeleitos em outubro e farão parte da raríssima parcela da população do Brasil que terá renda maior em 2017.



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