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Ex-presidente da ALE ignora cerco da Operação Sururugate em Alagoas

Sangria de R$ 150 mi ocorreu na Mesa de Fernando Toledo na ALE


Davi Soares | Diário do Poder

A Operação Sururugate voltou a colocar em evidência negativa o agora conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Alagoas (TCE/AL) Fernando Ribeiro Toledo, que presidia o Legislativo de Alagoas no período de tempo em que a Controladoria Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF) identificaram o desfalque de R$ 150 milhões da folha de pagamento, entre 2010 e 2013. Mas, para o ex-deputado tucano, a operação é apenas mais uma investigação.


Agora conselheiro de Contas, Fernando Toledo já foi alvo de denúncias de desvios de mais de R$ 100 milhões, mas crê que não haja nada contra ele (Foto: TCE/AL)


Não há representação oficializada contra Fernando Toledo, em relação ao esquema revelado nesta quinta-feira (30), após o cumprimento de mandado de busca e apreensão na ALE, a procura de provas da fraude à folha de pagamento, com uso de 250 inscritos no programa Bolsa Família, quase 20 pessoas mortas e parentes de deputados e outros tipos de funcionários fantasmas. Mas em dezembro de 2016, o agora conselheiro de Contas já foi alvo denúncias em uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa sobre o não repasse de R$ 100 milhões de Imposto de Renda ao Tesouro Estadual e outra sobre desvios de R$ 3,5 milhões da folha, sendo que nesta última, o Ministério Público Estadual de Alagoas (MP/AL) também tinha como alvo o deputado Marcelo Victor (PSDC).

O ex-deputado Fernando Toledo, que agora fiscaliza as contas da Assembleia, do Estado e dos municípios alagoanos, minimizou o fato de a Operação Sururugate apurar a ilegalidades no montante de R$ 150 milhões de despesas que ele ordenou com a Mesa da Assembleia. A declaração foi dada nesta quinta, quando o conselheiro foi procurado pelo Diário do Poder para comentar a nova investida contra sua antiga gestão


“Acho que isso já foi tão investigado, tanta coisa por lá. Já fizeram busca e apreensão na minha gestão. Já me afastei da Presidência, durante esse período, para fazer essas investigações todas. Então, não sei se... Não tem nada! Já estou com dois anos e meio quase fora da Assembleia. Não tenho nada pra... É aguardar aí essas investigações, que é muito importante fazê-las”, disse Fernando Toledo ao Diário do Poder.

LONGA HISTÓRIA


A verdade é que Fernando Toledo não se afastou da Mesa. Ele foi afastado por decisão de juízes da 18ª Vara Cível da Capital, que o tirou do comando da Assembleia em outubro de 2013, juntamente com sete outros deputados que integravam a Mesa Diretora.

No período investigado, pela Sururugate, o ex-deputado do PTB, Maurício Tavares, era o 1º secretário da Mesa; e os atuais deputados Marcelo Victor e Marcos Barbosa (PRB), 2º e 3º secretários. Todos ordenavam as despesas com o então presidente Fernando Toledo.

O Diário do Poder não conseguiu contato com Tavares e Barbosa. Mas conseguiu falar com Marcelo Victor, que respondeu que não iria comentar a operação e a proximidade com a gestão da qual participou. “Não. Mas agradeço o espaço”, escreveu no aplicativo WhatsApp.

O que a CGU, a PF e o MP de Alagoas sabe e tenta provar na Justiça é que os pagamentos dos servidores mortos, suspeitos e inscritos no Bolsa Família só poderiam ter ocorrido ss autorizados por esses quatro deputados.

SEM LOUCURA

A Operação Sururugate debruça-se sobre os fatos de que não havia folha de frequência, currículo, nem pasta funcional dos servidores suspeitos de integrar o esquema que também servia para financiar campanhas eleitorais. E a CGU já conseguiu provas de que mais de R$ 15 milhões foram desviados através de 80 dos 250 alagoanos pobres inscritos no Bolsa Família e enxertados na folha da Assembleia de Alagoas.


O ex-presidente que acredita não haver nada contra si na Sururugate e os integrantes da Mesa Diretora nunca entregaram integralmente os dados da folha e de suas contas, requisitados pelo MP e pela PF em Alagoas. Mas, se diante de todas os indícios de prova não houver nada de errado na Assembleia de Alagoas, talvez seja preciso construir uma nova ala psiquiátrica no Hospital Portugal Ramalho, especialmente para tratar toda a equipe de investigadores do MP, da CGU e da PF. É o que disse um dos investigadores, ao comentar a fala de Fernando Toledo.

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