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PF deflagra Sururugate contra fraudes na folha de pagamento da Assembleia de Alagoas

Agentes realizam buscas na sede do Legislativo estadual para apurar crimes que vão desde pagamentos do órgão a pessoas mortas até a beneficiários do Bolsa Família


Mateus Coutinho e Julia Affonso | O Estado de S.Paulo

A Polícia Federal cumpre na manhã nesta quinta-feira, 30, mandados de busca e apreensão na Assembleia Legislativa de Alagoas (AL) para apurar fraudes na folha de pagamentos do Legislativo estadual. Chamada de Operação Sururugate, investigação é realizada em parceria com o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU) e aponta que, dentre as irregularidades, havia desde mortos até beneficiários do programa Bolsa Família recebendo salários da assembleia.


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Assembléia Legislativa de Alagoas

Ao todo, cerca de 80 pessoas, entre auditores da CGU e policiais federais participam da operação, que foi autorizada pelo Tribunal de Justiça de Alagoas a pedido da Polícia Federal que teve manifestação favorável do procurador-geral de Justiça do Estado. De acordo com a PF, as buscas são feitas nas salas da Diretoria Financeira e de Recursos Humanos da Assembleia e começaram as 8h.

O objetivo é conseguir documentos e outros dados, inclusive arquivos digitais, para aprofundar as investigações do esquema que, segundo a CGU teria envolvido o pagamento de R$ 15 milhões, entre 2010 e 2013, a indivíduos cadastrados em programas sociais do governo federal, incluindo o Bolsa Família.

A fiscalização identificou um conjunto de falhas na folha de pagamento da AL que ia desde a subdeclaração de informações da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS); acumulação ilegal de cargos e empregos públicos; percepção de benefícios sociais, previdenciários e da reforma agrária em desacordo com a lei; e pagamentos a servidores após registro de óbito no Sistema de Controle de Óbitos (SISOB).

Os envolvidos no esquema podem responder pelos crimes de participação em organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. A investigação da PF foi instaurada a partir de uma nota técnica da CGU, que realizou uma auditoria com base em cruzamento de dados dos beneficiários do Bolsa Família que, supostamente, estavam no quadro de funcionários da AL.

O nome da operação faz referência ao sururu, um molusco típico do Nordeste usado em refeições.



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