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EX-MINISTRO LEVA TAPA DE MANIFESTANTE POR REAJUSTE

Reinhold Stephanes, eleito à Câmara, foi agredido após diplomação. Parlamentares foram atingidos por ovos e farinha.

Agência Estado

O ex-ministro da Previdência e deputado federal eleito Reinhold Stephanes (PMDB-PR) foi agredido com um tapa ao sair da sessão de diplomação realizada nesta terça-feira (19) no Teatro Guaíra, em Curitiba. Os eleitos deixaram a cerimônia sob gritos de "vergonha" vindos de um grupo de 50 manifestantes que protestava contra o aumento de 91% que deputados e senadores concederam a si próprios.

A Polícia Militar precisou reforçar o contingente para controlar os ânimos. "Enquanto fazem seu movimento a gente respeita, mas agredir na ética, na moral, na dignidade, é difícil aceitar", reclamou o deputado. Ele disse que revidou a agressão física. "Isso não é democracia, é bagunça, é falta de respeito", afirmou.

O deputado estadual reeleito Antonio Anibelli (PMDB) foi atingido por ovos e farinha. Por determinação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), a entrada no prédio foi permitida somente a quem tinha convites.

O governador reeleito, Roberto Requião (PMDB), fez coro aos manifestantes, mas ampliou as críticas. "A origem do salário absurdo está no Judiciário e no Ministério Público", atacou. "Não sei por que bater só no Congresso. Todos têm que apanhar da mesma maneira."

Segundo ele, o subsídio justo é "o melhor que se puder pagar para todos os trabalhadores de nível universitário que estão no Estado, no Judiciário e no Ministério Público".

Os gritos não pararam durante toda a solenidade, embora nada fosse ouvido dentro. Muitos dos manifestantes usaram bolas vermelhas no nariz. Alguns até tentaram forçar a passagem, mas foram contidos pelos seguranças. A Polícia Militar acabou fazendo um cordão na entrada para evitar confrontos.

"A decisão do STF (que não referendou o reajuste por erro processual) não deve nos desmobilizar", disse o jornalista Creso Moraes, líder da manifestação. Ele reclamou também por ser barrada a entrada no Teatro Guaíra. "É a elitização de um ato público", afirmou.

Um dos manifestantes vestiu-se com uma máscara de macaco e distribuiu um folheto "lançando" a candidatura para as próximas eleições, com o número 171, do Partido da Quimera Parlamentar (PQP).

"Prometo dar bananas para o povão", dizia o panfleto. No final, o grupo leu o nome de todos os deputados que se reelegeram e, a cada um, o grito: "Ladrão".

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