Do G1, em São Paulo, com informações da Agência Estado
A onda de protestos contra o reajuste de 91% aos parlamentares provoca manifestações irreverentes em várias cidades e na internet, mobilizando milhares de internautas.
Na manhã desta quarta-feira (20), integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) entregaram aos parlamentares e pessoas que passaram pelo desembarque do aeroporto de Brasília garrafas vazias com imagens estampadas que simbolizavam os deputados e senadores. Aos gritos, explicavam o que significava cada uma: “É óleo de peroba para parlamentar cara-de-pau”.
Na terça, cerca de 50 sindicalistas da CUT ocuparam o gramado diante do Congresso Nacional com faixas e bonecos gigantes. Os sindicalistas levaram dois bonecos que representavam deputados e senadores e uma grande alegoria de um vidro de óleo de peroba em cujo rótulo estava escrito: "Produto brasileiro. Indicado: parlamentares cara-de-pau."Em São Paulo, a entidade decidiu manter um posto de coleta permanente reunindo assinaturas contra o aumento do salário dos parlamentares na Praça do Patriarca (centro). No primeiro dia, 9,5 mil assinaram o documento em São Paulo e cerca de 10 mil em Brasília, segundo a CUT, que pretende espalhar postos nos 27 estados onde possui entidades filiadas.
A entidade também divulga o endereço aumentoabusivo@cutsp.org.br para os internautas que quiserem aderir ao documento. "Para a CUT, a decisão tomada hoje pelo STF não diminui a importância do abaixo-assinado, ao contrário. Como é grande a possibilidade de o tema ser decidido no plenário do Congresso, o peso político representado pelas assinaturas populares será decisivo na pressão a ser exercida sobre os parlamentares, em busca da reversão do aumento", diz a nota divulgada à imprensa nesta terça.
Estudantes secundaristas e da Universidade de Brasília (UnB) também engrossaram os protestos em frente ao Congresso na terça. Com rosto pintado e nariz de palhaço, os manifestantes carregaram cruzes com a inscrição "Aqui jaz o Brasil." Um cartaz pedia o fechamento do Congresso.
Os estudantes também tentaram invadir o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) durante o julgamento das ações que acabaram derrubando o reajuste. A poucos metros da porta de entrada do tribunal, um manifestante escreveu no chão, com tinta vermelha, uma mensagem ofensiva à presidente do STF, Ellen Gracie.
Em reunião em São Paulo, lideranças da União Nacional dos Estudantes (UNE) assinaram uma resolução contra o reajuste dos parlamentares. A entidade ainda decide se vai mobilizar suas representações nos estados ou juntar-se ao abaixo-assinado organizado pela CUT.
No Rio de Janeiro, moradores do Leblon, bairro de classe média alta, também manifestaram indignação ao auto-reajuste dos parlamentares. No asfalto em frente à orla, integrantes da ONG Ativação pintaram a frase: "Congressistas, a sociedade civil veta o aumento de seus salários".
Na Internet
Menos ruidosos, os protestos na Internet mobilizaram milhares de usuários. No site de relacionamentos Orkut, acumulam-se comunidades de protesto ao reajuste. Na mais populosa delas, intitulada "Reduz o salário dos deputados!" reunia 2.300 membros até o final da tarde desta terça.
Os internautas também expressam sua indignação em comunidades como "Contra o aumento dos deputados", que tem 690 membros, e "Nada de aumento para os deputados", que reúne 177. Exaltados, alguns chegaram a defender a liberdade da pensionista Rita de Cássia Sampaio, presa depois de atacar com uma faca o deputado ACM Neto na segunda-feira (18), que se disse revoltada com o reajuste dos parlamentares.
Um abaixo-assinado on-line contra o aumento também circula na rede desde a segunda (18). Até às 19 h, reunia 68.870 assinaturas.
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