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PALOCCI, BERZOINI E MALUF SÃO VAIADOS NA DIPLOMAÇÃO EM SP

Sobraram vaias também para Genoino, que não apareceu. Frank Aguiar foi saudado com 'latidos'; Clodovil, com assovios.

Roney Domingos e Silvia Ribeiro, do G1, em São Paulo

Os deputados federais Antonio Palocci (PT), Ricardo Berzoini (PT) e Paulo Maluf (PP) foram os mais vaiados nesta terça-feira (19) durante a cerimônia de diplomação dos parlamentares eleitos no estado em 1º de outubro e do governador José Serra (PSDB), realizada na Assembléia Legislativa paulista, no Ibirapuera, Zona Sul de São Paulo.

Sobraram vaias também para o petista José Genoino, que, no entanto, não compareceu ao evento. A platéia - de cerca de 280 pessoas, de acordo com a assessoria da Assembléia Legislativa - se manifestou quando seu nome foi anunciado como diplomado. Também ausente, Valdemar Costa Neto (PL), que volta à Câmara Federal após renunciar ao cargo para evitar a cassação em agosto de 2005, foi vaiado, assim como o deputado estadual Conte Lopes (PTB), capitão da reserva da Polícia Militar.

Entre as ausências, destaca-se a do deputado reeleito Aldo Rebelo (PC do B), que defendeu reajuste de 91% dos salários dos parlamentares - principal assunto entre os deputados antes e depois da cerimônia.

Ao ser chamado para receber o diploma, Maluf caminhou devagar sob as vaias. O deputado eleito mancava e usava uma bengala. Maluf foi denunciado na segunda-feira pelo Ministério Público Federal de São Paulo por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro originado de corrupção. De acordo com o MP, parte do dinheiro proveniente das obras da Avenida Água Espraiada, na Zona Sul, foi para a conta Chanani, em Nova York, e de lá para quatro contas no paraíso fiscal de Jersey, no Reino Unido. Nesta terça, Maluf afirmou que as denúncias são "vazias".

Palocci, ex-ministro da Fazenda de Lula, pediu demissão em março depois que investigações da Polícia Federal apontaram envolvimento dele na quebra ilegal do sigilo do caseiro Francenildo Santos Costa. Berzoini, presidente licenciado do PT, deixou o comando da campanha de Lula em setembro, após ter sido envolvido no caso da compra do dossiê contra políticos tucanos.

Apesar das vaias, os parlamentares procuraram sorrir ao receber os diplomas das mãos dos desembargadores da Justiça Eleitoral. O deputado reeleito José Eduardo Cardozo (PT) atribuiu as vaias aos petistas à crise do mensalão e ao escândalo do dossiê contra políticos tucanos. "A crise política que atingiu o PT acaba implicando às vezes em situações como essa", lamentou, acrescentando contudo que vaias em cerimônias de diplomação são "absolutamente normais".

Cãozinho dos teclados

As manifestações da platéia, no entanto, não se restringiram a vaias. O deputado eleito e forrozeiro Frank Aguiar (PTB) foi aclamado por uma "salva de latidos" quando subiu ao palco da Assembléia para receber o diploma. Aguiar é conhecido no meio musical como "o cãozinho dos teclados".

A recepção ao nome de Clodovil Hernandez (PTC) também foi 'especial': entre vaias e aplausos, Clodovil provocou assovios. O costureiro e ex-apresentador de televisão assinou, ao chegar ao prédio da Assembléia Legislativa, um abaixo-assinado proposto pelo senador Eduardo Suplicy (PT) contra o reajuste de 91% no salário dos parlamentares - derrubado posteriormente pelo STF. O documento, que defendia que o reajuste fosse examinado pelos plenários da Câmara e do Senado, obteve 23 assinaturas.

"Tudo que me mandarem, eu faço. Em curral alheio, boi é vaca", afirmou. Apesar de assinar o documento, Clodovil não se declara contrário ao reajuste de 91%. "Não sou contra, nem a favor, eu não sou nada. Vou aprender durante esse ano. Tanto que meu salário eu já doei."

Por sua vez, o governador eleito, José Serra, foi aplaudido de pé pelo público que compareceu à diplomação. Ao receber o diploma, o tucano o levantou e o exibiu à platéia.

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