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Aliado de Renan conduzirá o julgamento de Renan

Escrito por Josias de Souza


Sibá Machado (PT-AC), eis o nome do senador que foi guindado nesta quarta-feira (30) à presidência do Conselho de Ética do Senado. Sibá, unha e carne com Renan, será o responsável pela condução do processo aberto contra o presidente do Congresso a partir de uma representação do PSOL.

Suplente de Mariana Silva (PT-AC), que se licenciou do Senado para tornar-se ministra do Meio ambiente, Sibá, um ex-agricultor, chegou ao Congresso sem amealhar um mísero voto. Agora, tem diante de si o caso da vida dele. Dependendo de como se comportar, pode plantar em sua biografia um abacaxi ou uma videira.

Mal foi eleito, Sibá já enfrenta as primeiras críticas. Foi alvejado no plenário do Senado por Pedro Simon (PMDB-RS). “Vamos viver na Comissão de Ética um momento complicado”, disse Simon. “É o presidente do Senado que vai a julgamento. Na presidência do conselho tinha que estar um sujeito acima de qualquer questionamento. Não entendo como, tendo a possibilidade de eleger alguém da estatura de Jefferson Peres (PDT-AM), o conselho fez a opção que fez”.

Simon foi aparteado pela líder do PT, Ideli Salvati (SC). Para ela, ninguém tem o direito de questionar antecipadamente o comportamento de Sibá. Sobretudo porque, na hora da eleição, nenhuma voz se levantou contra a escolha. Simon, porém, não se deu por achado. Lembrou que Sibá, como suplente, está, em verdade, nas mãos de Lula. Se ousar assumir uma posição que contrarie os interesses do Planalto, bastará ao presidente devolver Marina Silva ao Senado.

“Cansei de ver isso acontecer aqui no Congresso”, disse Simon. “Em votações importantes, no Senado e na Câmara, governadores e o próprio presidente mandam para cá secretários de Estado e ministros para substituir os seus suplentes.”

No calor do debate, Agripino Maia (RN), líder do DEM, interveio para dizer que “os olhos do Brasil estarão voltados para o senador Sibá”. É verdade. Mas mesmo com todos esses olhares grudados em si, o novo presidente do Conselho de Ética adotou como primeira providência a protelação.

Deu-se num instante em que os advogados de Renan Calheiros agregaram novas “provas” à defesa inconsistente feita pelo senador na última segunda-feira (28). Provas que, admitem os próprios defensores do presidente do Senado e do Congresso, não estão acompanhadas de recibos. Como se fosse pouco, num instante em que ninguém precisa mais de transparência do que ele próprio, Renan decidiu manter os novos papéis em sigilo.


De concreto, tem-se, por ora, o seguinte: num instante em que deveria esticar a coluna vertebral, o Senado ajoelhou-se diante da crise.

Comentários

Luiz Maia disse…
Esse país é uma maravilha!!! Colocam a raposa para tomar conta dos ovos de ouro dentro do galinheiro. E esses parlamentares querem ser levados a sério? Fala sério!!

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