Empresário Edison Lobão Filho (DEM-MA) assumirá vaga na Casa, se o pai virar ministro; irregularidades são negadas pelo suplente
HUDSON CORRÊA
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Se o senador Edison Lobão (PMDB-MA) assumir o comando do Ministério de Minas e Energia, o seu filho e suplente, o empresário Edison Lobão Filho (DEM-MA), assumirá a vaga do pai com dois problemas: a acusação de usar laranja para ocultar dívidas e uma representação, que tramita no próprio Senado, apontando suposta irregularidade na concessão de rádio e TV de suas empresas.
A acusação de que Lobão Filho transferiu ações de uma empresa de bebidas para o nome de uma empregada doméstica, usada como laranja, levou o PSDB e o DEM a pedirem explicações.
Maria Luiza Thiago de Almeida, ex-sócia da distribuidora de bebidas Bemar, afirma que em 1999 as ações de Lobão Filho na empresa foram transferidas para a empregada doméstica dela, Maria Lúcia Martins, com o uso de procuração e documentos falsos.
A intenção de Lobão Filho seria fugir de dívidas do fisco, o que ele nega. O caso foi revelado pela revista "Veja".
Lobão Filho afirma que transferiu as ações a pessoas indicadas pelo seu então sócio Marco Antonio Pires Costa, ex-marido de Maria Luiza, e diz que apresentará hoje documentos provando sua versão.
Segundo Maria Luiza, a dívida da Bemar com o fisco é de R$ 7 milhões e com o Banco do Nordeste, de R$ 5 milhões.
Outro caso envolvendo o filho do provável ministro está no Senado. Em agosto de
O Ministério Público Federal no Maranhão investiga se a TV foi irregularmente arrendada a uma ONG, o Idetec (Instituto de Desenvolvimento Tecnológico), do Rio de Janeiro.
Via assessoria, Lobão Filho nega qualquer ilegalidade. Informou que somente o setor comercial da emissora foi entregue a terceiros.
A Mesa Diretora do Senado encaminhou a cópia da representação à Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática.
Apesar de ter chegado no dia 10 de agosto à comissão, o processo ainda está na fase de designação de relator, segundo o sistema da Casa para acompanhamento de processos.
O presidente da comissão, senador Wellington Salgado (PMDB-MG), afirmou que não se lembra de ter visto a representação. Salgado disse que o relator vai ser indicado normalmente, mas não será senador do partido de Lobão Filho, o DEM. A posição da comissão, diz Salgado, será imparcial.
O PSOL estuda ingressar com uma representação contra Lobão Filho. Único senador pelo partido, José Nery (PA) disse ontem que pediu à consultoria jurídica da legenda para apurar as denúncias e ver se é o caso de uma representação por quebra do decoro no Conselho de Ética depois que o empresário assumir a vaga.
A cautela deve-se ao fato de que o Senado tem se negado a apurar supostas irregularidades cometidas antes da posse.
0 $type={blogger}:
Postar um comentário