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Transtornos causados por obras geram ansiedade em Niterói



Fabiane Moreira

Muita poeira, buracos espalhados pelas ruas e transtornos para a população. Obra inacabada é sinônimo de tumulto e reclamações para quem convive diariamente com o problema. E deste assunto os niteroienses parecem entender muito bem. Basta dar uma voltinha pela cidade para observar que algumas promessas da Prefeitura saíram do papel, mas ainda não foram concluídas. Intervenções como a revitalização da Praça Leoni Ramos, em São Domingos, o alargamento do calçadão das praias de Icaraí e das Flechas, e a reconstrução do calçadão da praia de Piratininga são alguns projetos que a população torce para ver prontos.

O diretor de operações da Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e Saneamento (Emusa), responsável pelas obras, Lincoln Silveira, é otimista. Segundo ele, até dezembro, as três operações estarão finalizadas. Para a parte interna da Praça de São Domingos, Lincoln já marcou até a data da inauguração, prevista para 15 de setembro.

O longo prazo para a conclusão é motivo de reclamações por parte dos moradores. Mas, ao que tudo indica, agora finalmente as obras serão concluídas.

A intervenção na Praia de Icaraí começou em abril com previsão de término para outubro. A obra prevê a construção de um deque com 120 peças colocadas no trecho de 875 metros de extensão que vai desde o início da Praia das Flechas até o Clube Regatas, em Icaraí.

De acordo com o diretor, o atraso se deve à paralisação determinada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac).

"Em julho, o Inepac embargou a obra por considerar as pedras como patrimônio cultural. Conseguimos desembargar e a construção deve retomar ainda neste mês. As peças já estão sendo fabricadas em Magé. O Inepac não permitiu que o deque fosse feito próximo às pedras de Itapuca e do Índio, onde só haverá um corrimão", explicou.

Outra mudança no projeto exigida pelo órgão, segundo Lincoln, foi a cor do guarda-corpo, que inicialmente seria vermelha e agora será grafite. Com as alterações, ele espera diminuir os gastos da obra, passando de R$ 1,8 milhão para R$ 1,5 milhão.

Acostumado a caminhar e andar de bicicleta pela orla da praia, o estudante Tiago do Valle, de 22 anos, acredita que o alargamento do calçadão irá melhorar o trânsito de pedestres e ciclistas.

"A calçada é muito estreita e esta obra vai trazer uma melhora para quem gosta de caminhar por aqui", disse.

Por outro lado, há aqueles que ainda acham que o transtorno trazido pela obra não irá compensar os seus benefícios. Moradora de Boa Viagem, a psicóloga Kellen Favoretto, de 29, reclama da demora para a conclusão e aponta as ressacas do mar como uma ameaça para o projeto.

"Acho que não vai durar muito tempo porque, quando o mar sobe, as ondas batem muito forte. Além disso, a obra está demorando muito. Até agora só fizeram um pedaço. Se andasse mais rápido, compensaria. Mas desta forma traz muitos transtornos para os moradores", opinou.

Mezanino, brinquedos e rampas

Já a Praça Leoni Ramos, em São Domingos, está passando por uma transformação. De acordo com Lincoln Silveira, esta é a obra mais adiantada e com previsão para inauguração em setembro. Por outro lado, há mais de um ano que a praça foi interditada para a reforma. A intervenção, que começou em agosto de 2007, prevê o redesenho das ruas do entorno e construção de espaço para crianças, com brinquedos novos, e rampas de acesso para pessoas portadoras de deficiência.

Segundo o diretor da Emusa, o atraso foi gerado pela paralisação de três meses. Ele explica que o projeto passou por diversas mudanças e alguns problemas com as concessionárias de serviços públicos.

"Quando começamos a cavar as ruas, apareceram os trilhos dos antigos bondes e a população pressionou para que eles fossem mantidos no local. Também pediram que as árvores não fossem cortadas. O projeto agora conta com o plantio de duas palmeiras imperiais", explicou.

O diretor garante que a parte interna da praça está quase pronta. Nela, ficarão um mezanino, bancos e brinquedos para a criançada. Já no entorno, será retirado todo o asfalto e regularizado o paralelepípedo. As ruas dos bares e restaurantes não serão abertas ao trânsito.

"Se não chover muito durante um longo período, acredito que conseguiremos finalizar a parte externa no final de outubro. O orçamento inicial era de R$ 700 mil, mas é provável que a obra saia por R$ 500 mil", completou.

Enquanto isso, a população aguarda ansiosa. Simone dos Santos, de 54, gerente de um bar que fica na praça, garante que a obra irá atrair a clientela para a região.

"Durante este tempo que ficou fechada, a clientela caiu bastante. Mas agora a tendência é melhorar", comemora.

Costume – Para quem tem o costume de freqüentar a praça, o término das obras também representa um alívio. O estudante Pedro Cyrino, de 23, revela que a poeira é o que mais atrapalha as pessoas que escolhem o local para diversão.

"Pelo menos uma vez por semana venho com os meus amigos para um bar aqui. A gente já está até acostumado com a obra e a poeira", questionou.

À espera da liberação de verba

Em Piratininga, na Região Oceânica, a história é ainda mais longa. Segundo os moradores do bairro, há mais de cinco anos o calçadão da praia está desnivelado em toda a extensão da orla e com muitas crateras em alguns pontos. Eles contam que placas de concreto foram levadas pela força da água em dias de ressaca. E, por isso, a população é obrigada a caminhar pela praia desviando dos obstáculos. Mas, depois de muita espera, Lincoln Silveira, diretor da Emusa, afirma que as obras para a melhoria da orla, enfim, começarão.

"Estamos esperando agora a liberação da Caixa Econômica para iniciar a obra. A empresa Luxor ganhou a licitação e a obra foi orçada em R$ 1,4 milhão. A idéia é que a reconstrução do calçadão comece ainda neste mês. Como estão previstos quatro meses de obras, queremos finalizar em dezembro. Então, ainda há chances de estar tudo pronto para o próximo verão", conta.

A obra irá não só reconstruir o calçadão como ainda refazer a restinga em toda a praia. Como a intervenção da Praia de Icaraí, esta é também resultado de um convênio entre a Prefeitura de Niterói e o Ministério do Turismo. Assim, segundo o diretor, 80% da verba vêm da Caixa Econômica e 20% do município.

Valorização – As amigas Ivonete Domingos, de 58, e Elizabethe Sias de Souza, de 50, moram em Piratininga e costumam freqüentar a praia. Para elas, a reconstrução irá valorizar ainda mais a região e garantir a segurança dos banhistas.

"Tenho uma colega que já machucou o pé aqui. Esse calçadão está desta forma há muito tempo. Tentaram refazer, mas não conseguiram por causa da força da água, que quebra tudo. Agora, a gente espera que as obras andem para a frente", ressaltou Ivonete.

A reconstrução também irá trazer benefícios para o casal Marcos, de 42, e Nalva Araújo, de 40. Moradores da região, eles fazem da caminhada pela orla um momento de lazer. E, para isso, nada melhor do que um lugar seguro e bonito.

"É um absurdo um lugar tão bonito como esse estar deste jeito. Torcemos para que esta melhora chegue logo", disse Marcos.

Já o comerciante Anderson Luiz de Oliveira, de 35, que há cinco anos trabalha em um quiosque na praia, torce para que tudo esteja pronto até o verão. Afinal, com a melhoria da orla, segundo ele, a tendência é que mais pessoas passem a freqüentar a Praia de Piratininga.

"Fica muito feia esta calçada quebrada, além de ser perigosa para as pessoas que caminham por aqui. Com certeza, se refizerem o calçadão, no verão, a praia ficará ainda mais lotada e as vendas também aumentarão", garantiu.

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