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Teia de parentesco é revelada na Justiça do ES

A venda de sentenças era negócio de familia.



Um organograma revela a teia de parentescos na Justiça do Espírito Santo, onde, durante esta semana, a Polícia Federal deu início à Operação Naufrágio. A investigação do Ministério Público e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre a venda de sentenças no estado mostra que a corte foi usada para negócios em família.

O dinheiro foi encontrado terça-feira na casa de Elpídio Duque, um dos desembargadores presos por envolvimento em um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça do Espírito Santo.

De acordo com as investigações do Ministério Público e do STJ, a venda de sentenças começa com o encaminhamento de processos a desembargadores ligados ao esquema.

Uma das responsáveis pelo encaminhamento é Bárbara Sarcinelli. Ela é cunhada do juiz Frederico Luiz Pimentel, que é filho do desembargador Frederico Pimentel.

O Fantástico teve acesso a um organograma feito pelo Ministério Público sobre a rede de influências no Espírito Santo. O desembargador Frederico Pimentel teria, ao todo, 17 parentes em cargos da Justiça capixaba, entre filhos, sobrinhos, genros e noras. O organograma do Ministério Público investiga um total de 17 desembargadores, que empregariam 70 parentes.

O desembargador Elpídio Duque, dono da casa onde o dinheiro foi apreendido, é um deles. Em uma escuta telefônica autorizada pela Justiça, a Polícia Federal ouviu a seguinte declaração do advogado Paulo Duque, filho de Elpídio:

“Eu não tenho as 60 balas, eu tenho 20 balas. Eu entrego dez balas amanhã e, daqui mais uns dias, eu entrego as outras dez", disse.

Segundo os investigadores, "balas" seriam o dinheiro a ser entregue ao desembargador Josenider Varejão, também do esquema. Ele concedeu liminar que autorizou o retorno de um prefeito que havia sido afastado por fraudes em licitações, no interior do Espírito Santo.

Elpídio e Paulo Duque, Frederico Luiz Pimentel, Josenider Varejão e Bárbara Sarcinelli foram presos. O grupo, investigado também por manipulação em um concurso para juiz de Direito, prestou depoimento em Brasília e foi solto na sexta-feira. Todos estão à disposição do Superior Tribunal de Justiça.

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