Deputado estadual Álvaro Boessio deu declaração à estação de Farroupilha.
O G1 tentou contato com o parlamentar, mas não obteve resposta.
Do G1 RS
No dia em que o anúncio do parcelamento dos salários dos servidores estaduais do Rio Grande do Sul culminou em uma greve geral no estado, o deputado estadual Álvaro Boessio, líder do PMDB, partido do governador José Ivo Sartori, na Assembleia Legislativa, deu uma declaração polêmica a uma rádio do interior do estado. Em entrevista à estação Spaço FM, de Farroupilha, na Serra gaúcha, o parlamentar afirmou que muitos funcionários públicos são "vadios".
No dia em que o anúncio do parcelamento dos salários dos servidores estaduais do Rio Grande do Sul culminou em uma greve geral no estado, o deputado estadual Álvaro Boessio, líder do PMDB, partido do governador José Ivo Sartori, na Assembleia Legislativa, deu uma declaração polêmica a uma rádio do interior do estado. Em entrevista à estação Spaço FM, de Farroupilha, na Serra gaúcha, o parlamentar afirmou que muitos funcionários públicos são "vadios".
Álvaro Boessio deu declaração a rádio de Farroupilha (Foto: Mariana Carlesso, divulgação/Agência ALRS)
"Boa parte dos funcionários públicos são vadios. E depois que passaram nos concursos e estão lá há tempos, querem mandar mais que os deputados. E assim é no governo, e deve ser na prefeitura", disparou o deputado.
Em relação ao magistério, o deputado afirmou que metade dos professores da rede pública estadual estão sem trabalhar. "Temos 80 mil professores no estado. Sabe quantos estão em atividade hoje? Quarenta mil, a metade. Licença-prêmio, aposentadoria... Que trabalhador tem a cada cinco anos, três meses de licença-prêmio? Tem coisas que não são lógicas."
O deputado se manifestou apenas por meio de um texto, publicado em sua página nas redes sociais. O parlamentar pediu desculpas e disse que a frase foi destacada fora do contexto.
"Me sinto entristecido pela maneira como uma pequena frase foi retirada de seu contexto, causando esta polêmica desnecessária", escreveu (leia a nota completa abaixo).
Em pronunciamento nesta segunda-feira (31), no Palácio Piratini, o governador José Ivo Sartori confirmou o parcelamento dos salários dos servidores estaduais e detalhou o cronograma de pagamentos, em quatro parcelas. Além dos R$ 600 depositados nesta segunda, mais R$ 800 serão pagos até o dia 11 de setembro. Já no dia 15 está programado o crédito de R$ 1.400. A parcela complementar para quem ganha acima de R$ 2.800 será creditada até dia 22.
Ao fazer o anúncio, Sartori embargou a voz e disse que respeita as manifestações de indignação dos servidores diante da medida e pediu "desculpas" caso algum "gesto" seu tenha "mal compreendido". "Aos servidores e as suas famílias, em primeiro lugar, o meu respeito pessoal. A despeito de tudo, têm o meu respeito. Sei a consequência desse problema e, mas todos nós estamos do mesmo lado, precisando enfrentar o mesmo inimigo", discursou.
Em retaliação à medida, servidores realizam uma greve geral até a próxima quinta-feira (3), que pode se estender até sexta-feira (4). A Federação Sindical dos Servidores Públicos no estado (Fessergs) estima que 100 mil servidores tenham aderido à paralisação. Professores, policiais civis, agentes penitenciários, servidores da saúde e do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) foram os que mais participaram do movimento.
Além do protesto marcado para a quinta-feira em frente ao Palácio Piratini, a sede do governo gaúcho, os servidores realizarão um "barulhaço" às 12h desta quarta-feira (2). "Serão oito minutos de barulho para alertar o governador que se já passaram oito meses de governo, para ver se ele acorda", disse o presidente da entidade, Sérgio Arnoud.
Leia a nota de Boessio na íntegra:
"Amigos,
Quero aqui me manifestar sobre a repercussão, no mínimo maldosa, que aconteceu no dia de hoje sobre minha recente entrevista para uma emissora de rádio.
Muitas pessoas estão julgando minha fala sem sequer ouvir o contexto no qual ela estava inserida: deste modo devo esclarecer os fatos.
No programa falávamos sobre concursos públicos. Eu expressava a minha opinião, buscando afirmar que a máquina pública precisa de mais eficiência; quando usei um termo infeliz em um comentário.
Errei. Peço as mais sinceras desculpas se ofendi alguém, ou alguma classe de trabalhadores. Os amigos que conhecem minha trajetória sindical, sabem que eu jamais teria a intenção de criticar, de nenhuma forma, os policiais que acordam cedo para garantir a nossa segurança, ou os professores que cuidam do futuro do nosso estado, entre outras tantas categorias.
Me sinto entristecido pela maneira como uma pequena frase foi retirada de seu contexto, causando esta polêmica desnecessária".
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