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Agentes apreendem computador na sede do PT em SP, diz Polícia Federal

Também foram apreendidos documentos e material de arquivo.

Paulo Bernardo, ex-ministro do Planejamento, foi preso em Brasília.


Kleber Tomaz | G1 São Paulo, com informações do G1 PR e da TV Globo em Brasília

Agentes da Polícia Federal (PF) apreenderam computador, documentos e material de arquivo na manhã desta quinta-feira (23) na sede do Diretório Nacional do PT, no Centro de São Paulo, na Operação Custo Brasil, desdobramento da 18ª fase da Operação Lava Jato.


Agentes da Polícia Federal realizam buscas na sede do PT Nacional em São Paulo. A ação faz parte da Operação Custo Brasil, que integra a Lava Jato, investigando o pagamento de propina entre os anos de 2010 e 2015 a pessoas ligadas ao MPOG (Foto: Suamy Beydoun/Futura Press/Estadão Conteúdo)
Agentes da Polícia Federal realizam buscas na sede do PT Nacional em São Paulo. A ação faz parte da Operação Custo Brasil, que integra a Lava Jato, investigando o pagamento de propina entre os anos de 2010 e 2015 a pessoas ligadas ao MPOG (Foto: Suamy Beydoun/Futura Press/Estadão Conteúdo)

Um perito da área de informática participou da busca e apreensão na sede do partido e apreendeu um HD, segundo a Polícia Federal.

Aproximadamente dez agentes do Grupo de Pronta Intervenção (GPI) fizeram a segurança na incursão à sede do PT. Eles usam roupas camufladas porque são considerados policiais de elite da Polícia Federal.

O G1 apurou que o presidente do PT, Rui Falcão, estava em Brasília durante a operação e deve vir a São Paulo ainda nesta manhã em viagem já programada anteriormente. O partido ainda não informou como vai se posicionar sobre a operação.

A operação cumpre 65 mandados judiciais em São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Distrito Federal. Do total de mandados nesta quinta, 11 são de prisão preventiva, 40 de busca e apreensão e 14 de condução coercitiva, quando a pessoa é levada a prestar depoimento.

A PF informou que o objetivo da operação é apurar o pagamento de propina referente a contratos de prestação de serviços de informática no valor de R$ 100 milhões, entre os anos de 2010 e 2015, a pessoas ligadas a funcionários e agentes públicos ligados ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).

Os crimes investigados na operação são de tráfico de influência, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas de 2 a 12 anos de prisão.

Na ação, o ex-ministro do Planejamento do governo Lula e das Comunicações no primeiro gestão Dilma, Paulo Bernardo, foi preso em Brasília. Ele é marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência do governo Dilma, também foi alvo. Ele foi levado em condução coercitiva, que é quando a pessoa é obrigado a prestar depoimento na delegacia.

Outro mandado de condução coercitiva foi para o jornalista Leonardo Attuch, que administra o blog 'Brasil 247'. Ele já havia aparecido nas investigação da Lava Jato como suspeito de ter recebido dinheiro por serviços não executados.

Veja abaixo a relação de mandados expedidos para o estado de São Paulo:

Capital
11 de busca e apreensão
4 de condução coercitiva
2 de prisão preventiva

Poá
1 de busca e apreensão

São Bernardo
3 de busca e apreensão

Cotia
1 de busca e apreensão
1 de condução coercitiva

Campinas
1 de condução coercitiva

O setor de comunicação da PF em São Paulo não informou os nomes das pessoas que deverão ser detidas por conta dos mandados de prisão preventiva expedidos. Segundo o órgão, os presos e materiais apreendidos seguirão para a sede da Polícia Federal, na Lapa, na Zona Oeste da capital paulista.

Ao todo, 16 equipes da PF realizam ações em cumprimento aos mandados expedidos pela Justiça Federal.

Recife

 
No Recife, pelo menos duas pessoas foram presas. Até a última atualização desta reportagem, a PF não havia informado quem eram os presos na cidade. Também há três mandados de busca e apreensão na capital pernambucana.

Curitiba

 
Um dos mandados de busca foi cumprido na casa de Bernardo e Gleisi, no bairro Água Verde, em Curitiba.

A defesa de Paulo Bernardo disse que desconhece as razões da prisão, e que estranha, porque o ex-ministro sempre se colocou à disposição das autoridades.

PF

 
A PF informou que há indícios de que o MPOG direcionou a contratação de uma empresa de prestação de serviços de tecnologia e informática para a gestão do crédito consignado na folha de pagamento de funcionários públicos federais com bancos privados, interessados na concessão de crédito consignado, de acordo com as investigações.

"Segundo apurou-se, 70% dos valores recebidos por essa empresa eram repassados a pessoas ligadas a funcionários públicos ou agentes públicos com influência no MPOG por meio de outros contratos - fictícios ou simulados", diz a PF.

Outros mandados

 
A PF cumpriu ainda dois mandados em Porto Alegre, um de busca e apreensão e outro de prisão, e também dois mandados de busca e apreensão em Londrina (PR). Até a última atualização desta reportagem, não havia informações sobre quem eram os alvos desses mandados.



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