Sentença do 'office boy' é 6 vezes maior que a do chefe Dirceu
Diário do Poder
A Justiça Federal no Rio condenou o empresário Marcos Valério, emblemático personagem do mensalão, a 18 anos e nove meses de prisão por crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha. A sentença é do juiz Vitor Barbosa Valpuesta, da 3.ª Vara Federal do Rio.
Marcos Valério. (Foto: Charles Silva/AE) |
Já condenado a 37 anos no mensalão, o "office boy" do mensalão do governo Lula, que cumpria o papel de distribuir o produto do dinheiro público roubado, está condenado a mais de 55 anos de reclusão - quase seis vezes mais que a pena do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, apontado no processo como o "chefe da quadrilha" e condenado a menos de dez anos de prisão.
Segundo acusação do Ministério Público Federal, Marcos Valério teria repassado propinas ao procurador da Fazenda Glenio Sabbag Guedes - condenado na mesma ação a 22 anos de prisão. Também foram condenados dois ex-sócios de Valério, Rogério Lanza Tolentino e José Roberto Moreira de Melo.
Nesta ação penal que pegou 18 anos de prisão, o empresário - que está preso desde novembro de 2013 - é acusado de ter pago ao procurador um total de R$ 3,6 milhões, em valores atualizados, entre 2003 e 2005. Os pagamentos foram identificados na CPI dos Correios, que deu origem ao escândalo do mensalão.
Tolentino pegou 22 anos e sete meses de cadeia. Moreira de Melo, 14 anos e sete meses.
O juiz condenou o grupo ao regime fechado, mas permitiu a todos que recorram em liberdade.
Todos os condenados vão recorrer ao Tribunal Regional Federal da 2.ª Região. Eles negam a prática de ilícitos.
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