O empresário Eduardo Mufarej, presidente da Somos Educação e sócio da Tarpon Investimentos, lançou nesta sexta-feira, 6, o movimento RenovaBR, que segundo ele tem como objetivo a renovação da política brasileira.
Estadão Conteúdo
Em evento no Google Lab, em São Paulo, o empresário explicou que a iniciativa tenta se contrapor ao establishment político nacional, que tem pouco interesse em se renovar. O RenovaBR, disse, é uma chance de mudar esse quadro em que a política é “hereditária”.
Abílio Diniz, Eduardo Mufarej e Luciano Huck |
“Quem tem vontade de se candidatar tem que abrir mão de um monte de coisa e a chance de dar errado é muito grande”, disse. “Estamos focados em dar mais chances para quem quiser entrar na política possa dar certo”.
Nos últimos dias, a iniciativa ficou conhecida como com “fundo eleitoral do PIB”, por contar com o apoio de nomes como o apresentador Luciano Huck, o economista Armínio Fraga e o publicitário Nizan Guanaes. Mufarej, no entanto, desconversou sobre nomes e valores. Segundo ele, a lista de apoiadores não está fechada e a captação de recursos ainda não começou. Huck foi apresentado no momento apenas como um dos “endossadores” do projeto.
Segundo o empresário, os bolsistas serão escolhidos com base em critérios como combate à corrupção, gestão fiscal responsável e promoção da sustentabilidade. As inscrições começam neste sábado, 7, e os bolsistas terão aulas de janeiro a junho de 2018. O valor da bolsa deve ser comparável aos programas de trainee.
Além de passarem por um currículo básico e de terem acesso a eletivas como segurança pública e matérias para desenvolvimento pessoal, os escolhidos também serão orientados sobre formação de equipe de campanha, busca de financiamento, estratégia de comunicação com os eleitores e marketing político.
Eles não receberão financiamento da RenovaBR e terão liberdade para escolherem seu partido, salientou o empresário. As duas únicas contrapartidas pedidas são: caso eleitos, prezarem pela transparência e cumprirem o mandato. Candidaturas ao Legislativo, especialmente à Câmara dos Deputados, são as preferidas.
No evento, foram apresentados dois bolsistas, Daniel Oliveira, filiado ao Novo, e Alessandra Monteiro, integrante da Rede. “Se a gente não criar espaços e projetos como o Renova, que ajudam a transpor a “filhocracia”, fica muito difícil ter esperança de que as coisas mudem”, disse Alessandra, que disputou as eleições de 2016 em Alto Tietê, no interior do Estado.
A criação do fundo causou reações em Brasília. Na terça-feira, o deputado Jorge Solla (PT-BA) pediu à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, uma investigação sobre o fundo. Segundo Solla, “há fortes indícios de que o grupo empresarial liderado por grandes empresários pretende se organizar, por uma pessoa jurídica – ‘Fundo Cívico’, para burlar a Lei” que impede o financiamento eleitoral por parte de pessoas jurídicas.
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