Brasil reconheceu a Palestina como Estado independente em 2010, seguindo uma política adotada na maioria dos países sul-americanos; pré-candidato também voltou a desconversar sobre polêmica envolvendo vice
Mariana Haubert | O Estado de S.Paulo
O candidato à Presidência nas eleições de 2018 pelo PSL, Jair Bolsonaro, afirmou nesta terça-feira, 7, que, caso seja eleito, ele irá retirar a Embaixada da Palestina do Brasil. Para ele, a representação diplomática não pode existir em Brasília porque "a Palestina não é um país".
O candidato à Presidência do PSL, Jair Bolsonaro Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO |
"A Palestina não sendo país, não teria embaixada aqui. [...] Não pode fazer puxadinho, se não daqui a pouco vai ter uma representação das Farc aqui também", afirmou Bolsonaro, citando as Forças Revolucionárias da Colômbia, organização paramilitar que atuou por muito tempo na guerrilha da Colômbia.
"A Dilma negociou com a Palestina e não com o povo de lá. Você não negocia com terrorista, então, aquela embaixada do lado do (Palácio do) Planalto, ali não é área para isso", disse.
Enquanto o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, é considerado um grupo terrorista pelos Estados Unidos e União Europeia, o Fatah, que comanda a Cisjordânia e as embaixadas palestinas no mundo, é tido como interlocutor pelas potências ocidentais.
O Brasil reconheceu a Palestina como Estado independente em 2010, seguindo uma política adotada na maioria dos países sul-americanos, dentro da estratégia da Autoridade Palestina de buscar legitimidade internacional para negociar um acordo de paz. As negociações foram interrompidas em 2014. Neste ano, com a transferência da embaixada americana de Tel-Aviv para Jerusalém - por decisão do presidente Donald Trump -, os palestinos deixaram de reconhecer os Estados Unidos como interlocutores no processo.
Bolsonaro quer aproximação com os EUA
Questionado sobre como será sua atuação na política internacional, Bolsonaro afirmou que buscaria ampliar o diálogo com Israel, com os Estados Unidos e com a Europa.
Ele afirmou também que é preciso "dar a devida estatura" ao Mercosul. "A gente não pode ser um país com o PIB do tamanho de quase toda a América Latina e ficar subordinado a eles", afirmou.
Bolsonaro diz que não responde por declarações de general Mourão, seu vice
O candidato do PSL também esquivou-se da polêmica em que se envolveu o general Hamilton Mourão, seu vice.
"Eu respondo pelos meus atos, ele pelos dele", resumiu Bolsonaro ao ser questionado sobre o discurso de Mourão. Na segunda-feira, 6, em um evento na cidade gaúcha de Caxias do Sul, o general afirmou que o Brasil "herdou a cultura de privilégios dos ibéricos, a indolência dos indígenas e a malandragem dos africanos".
O militar falava sobre as condições de subdesenvolvimento do País e da América Latina. Bolsonaro, que está na Câmara dos Deputados, avaliou que as declarações polêmicas não mancham sua campanha e são de responsabilidade do general.
O presidenciável também comentou sobre o significado da palavra indolência. "É a capacidade de perdoar? O índio perdoa", desconversou.
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