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A Vila do Pan afunda

Sustentação de tubulações rui e abre crateras de até 100 m². Crea-RJ vai vistoriar o local
Madalena Romeo - O Dia

Rio - O terreno da Vila Pan-Americana está afundando. Pelo menos dois trechos da área externa da Vila Pan-Americana cederam este mês, formando imensas crateras de até 100 metros quadrados. Um dos buracos se formou perto de um dos prédios amarelos e deixou à vista estacas de sustentação do edifício. De acordo com a Agenco, construtora responsável pelo empreendimento, a sustentação de algumas redes das companhias concessionárias — tubulações onde passam água, esgoto, gás e fios de telefone e de luz — localizados em jardins, vias e calçadas, afundou.

O diretor da construtora, Sérgio Goldberg, garante que o incidente não comprometeu a estrutura dos edifícios e que não há riscos de novos desabamentos de terreno. “Estamos refazendo as estruturas. As obras estarão concluídas em três semanas e não comprometerão o cronograma para os Jogos”, garante. Os 17 prédios, com 1.480 apartamentos, hospedarão a partir de 3 de julho cerca de 10 mil pessoas, entre atletas, técnicos e equipes de apoio das delegações. O custo da construção da Vila é de R$ 242,2 milhões, financiados pela Caixa Econômica Federal (CEF).

ACESSO PRINCIPAL

O Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-RJ) fará inspeção na próxima semana. O professor de Engenharia da UFRJ, Márcio Almeida, contratado pela prefeitura para analisar o problema, acha pouco provável, mas não descarta a possibilidade de abalo na estruturas: “Não há ainda como afirmar o contrário, mas posso garantir que o tempo é curto para as obras”.

Uma das crateras está localizada no principal acesso de atletas à vila. Caso a obra não fique pronta, o projeto deverá sofrer modificações. Para o engenheiro civil do Crea-RJ Gilberto Filizola, a construtora deve ter planejado mal a colocação das tubulações. Ele ressalta que o terreno da Vila é arenoso e mais complexo para se trabalhar. “Nesse tipo de solo, as estacas dos edifícios atingem profundidade maior até encontrar solo com maior estabilidade. No caso da tubulação que ruiu, não houve o cuidado de fundação profunda. Deve ter havido erro de cálculo”, opinou.

Goldberg não explica as causas do incidente: “Acontece. Faz parte da obra”. E ressalta ainda que toda a obra da Vila é freqüentemente vistoriada pela prefeitura e engenheiro da CEF.

O Município não quis comentar o caso. O Comitê Organizador do Pan informou que confia que tudo ficará pronto até 13 de julho, quando começam os Jogos.

OBRAS DE URBANIZAÇÃO ATRASADAS

Após os Jogos, saem os atletas e chegam as 1.480 famílias que compraram apartamentos nos condomínios da Vila. Os imóveis já começaram a ser mobiliados para a chegada das delegações, mas a urbanização das áreas externas está atrasada. Essa etapa das obras só começaram em março, após briga da prefeitura com a Agenco, que jogavam uma para a outra a responsabilidade. O problema foi resolvido após a União liberar R$ 53 milhões.

O Município admitiu que os atletas podem chegar na Vila ainda em obras. A estação de tratamento de esgoto do local também só deve ficar pronta depois do Pan.

Comentários

Luiz Maia disse…
Será que a Gautama e o Zuleido estão fazendo escola? Teriam algo a ver com as obras do Pan-Americano no Rio de Janeiro? Ou é só mais um esquema de corrupção, como tantos outros ainda não divulgados?

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