Diogo Pinheiro
O ex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira, o primeiro interrogado pela Justiça Federal nesta quinta-feira (24), não é mais réu do mensalão, escândalo político que marcou o primeiro mandato do governo Lula. A Justiça ouve ainda hoje mais dois acusados, o ex-ministro da Casa Civil e deputado federal cassado José Dirceu e Enivaldo Quadrado, sócio da corretora Bônus-Banval.
O ex-secretário nem chegou a ser interrogado e negociou com os procuradores que acompanham o caso um acordo para a suspensão do processo contra ele.
O acordo havia sido proposto pela procurador-geral do Estado
Silvio Pereira deve prestar serviços comunitários por três anos e esclarecimentos periódicos à justiça. Nesse período ele deixa de ser réu no processo do mensalão. O ex-secretário era acusado de formação de quadrilha, crime com pena de um a três anos.
O acordo ainda precisa ser homologado pelo relator do processo, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa. A assessoria do STF informou que o acordo já passa a valer e que Barbosa vai levar a homologação à plenário. O ano judiciário começa no dia 1º de fevereiro e a primeira votação está agendada para 11 de fevereiro.
Silvio Pereira deixou o fórum comunicando o acordo. "Estou limpo. Esse processo já é coisa do passado", afirmou. Segundo ele, a procuradoria também propôs que seus direitos políticos fossem suspensos por quatro anos, o que Pereira não aceitou. Mesmo assim ele disse que não tem interesse em voltar à política e muito menos ao PT. "Vou trabalhar com gastronomia, que é o que eu gosto".
Agora está sendo interrogado o ex-ministro da Casa Civil e deputado federal cassado José Dirceu, apontado pela Procuradoria Geral da República como chefe do esquema.
Na última quarta (23), foram interrogados o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, acusado de ser um dos operadores do mensalão, e outro sócio da Bônus-Banval, Breno Fischberg.
Acusações
No início da crise política, Silvio Pereira foi apontado pelo então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como gerente de um esquema de corrupção nas estatais. O intuito seria arrecadar fundos para a base aliada através de caixa dois.
Mais tarde, Pereira admitiu ter recebido um jipe Land Rover de presente de um executivo da empresa GDK, que tem contrato com a Petrobras. O ex-secratério pediu sua desfiliação do PT.
Pereira integrou a coordenação das últimas campanhas presidenciais do partido e participou da elaboração do estatuto do PT.
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Pois é, justiça é isso. Uma moça roubou um tablete de manteiga para alimentar o filho e foi jogada por meses, ou anos, numa cela de prisão. Político vagabundo rouba milhões do dinheiro público, do povo trabalhador, eleitor, contribuinte, e faz acordo com a "justiça" pra não acontecer nada com ele. Quero saber quanto a "justiça", ou os juízes e promotores, estão levando, estão ganhando por fora, pra fazer esses acordos.
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