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Justiça Federal decreta nova ordem de prisão preventiva contra Youssef

Mandado judicial foi decretado por conta de suspeitas do caso Banestado.

Doleiro do Paraná já está preso desde março pela operação Lava Jato.


Camila Bomfim 
Da TV Globo

A pedido do Ministério Público Federal(MPF), a Justiça Federal do Paraná decretou nesta quarta-feira (21) uma nova ordem de prisão preventiva contra o doleiro Alberto Youssef, um dos 11 presos da operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF). Com esse mandado, o doleiro não poderá deixar a cadeia mesmo que obtenha uma ordem de soltura do Supremo Tribunal Federal (STF) no processo da Lava Jato.

Youssef é suspeito de comandar um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que movimentou cerca de R$ 10 bilhões. Por essas acusações, ele está detido desde março na carceragem da PF em Curitiba (PR).

Nesta semana, o ministro Teori Zavascki, do STF, chegou a determinar que Youssef e os demais presos da Lava Jato fossem colocados em liberdade, entretanto, o magistrado recuou da decisão após a Justiça Federal advertir para o risco de os supeitos fugirem para o exterior.

No entanto, o segundo mandado de prisão contra o doleiro não tem relação com a Lava Jato. A ordem judicial se refere ao caso Banestado, no qual Youssef responde por crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira, evasão de divisas e corrupção ativa.

Alvo de uma CPI no Congresso Nacional, o caso Banestado foi um esquema de evasão de divisas que teria movimentado cerca de US$ 30 bilhões no final da década de 1990. O escândalo ganhou esse nome porque o principal destino do dinheiro desviado era a agência do Banco do Estado do Paraná (Banestado) em Nova York (EUA).

À época, as investigações da Polícia Federal apontaram que um grupo de doleiros usava contas do banco paranaense nos Estados Unidos para remeter dinheiro para outras instituições bancárias norte-americanas. Após ser realocado nas novas contas, o dinheiro era enviado para paraísos fiscais.

Um dos líderes da quadrilha desbaratada pela Lava Jato, Alberto Youssef também foi investigado por seu suposto envolvimento no caso Banestado. Segundo o Ministério Público, ele teria aberto 43 contas em nome de laranjas em agências bancárias de Londrina (PR). Os procuradores da República afirmam que, entre janeiro de 1998 e agosto de 1999, o doleiro movimentou em torno de R$ 346 milhões nessas contas.

Ainda segundo a acusação, as contas correntes eram utilizadas para transferências internacionais fraudulentas. Para utilizar as contas, de acordo com a denúncia, o doleiro pagava vantagem indevida ao gerente da agência bancária do Banestado em Londrina. Conforme o Ministério Público, Alberto Youssef confessou a autoria dos crimes, mas não foi condenado devido à delação premiada.

Apesar de o doleiro ter negociado um acordo judicial, seus processos antigos, que estavam suspensos, voltaram a tramitar na Justiça em razão de ele ter quebrado o acordo de delação premiada ao voltar a praticar crimes. Segundo a despacho, o doleiro retomou suas atividades criminosas "de modo profissional e habitual".

A Justiça Federal também justificou o mandado de prisão como uma maneira de prevenir a prática de novos crimes. Como o caso não tem relação com a operação Lava Jato, a ação penal não será remetida ao Supremo Tribunal Federal (STF).


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