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Dilma pede urgência para projeto que cria cotas para negros no serviço público

"Ação afirmativa trata a questão racial e a social simultaneamente", afirma a presidente em evento 

Flavia Pierry e Luiza Damé - O Globo

A presidente Dilma Rousseff encaminhou ao Congresso o projeto de lei instituindo a política de cotas para negros nos concursos públicos do Executivo federal, com pedido de urgência para sua análise. Na abertura da Conferência de Igualdade Racial, ontem à noite, a presidente defendeu ações afirmativas, como cotas raciais, e disse que ainda há discriminação racial no país. Para o governo, a iniciativa deve servir de exemplo para a iniciativa privada e outros poderes.

— Não devemos ignorar que a cor da pele foi e ainda é motivo de exclusão, discriminação e preconceito contra milhões de brasileiros — discursou a presidente.

O projeto de lei das cotas no serviço público, de autoria do Executivo, institui mínimo de 20% de vagas para negros e, segundo argumentação do governo, dever servir de exemplo para setor privado e outros Poderes.

Em defesa das ações afirmativas, Dilma destacou que elas são essenciais para garantir a igualdade de oportunidades e levar o país e a sociedade brasileira a superar as conseqüências do longo período escravocrata.

— Ação afirmativa trata as duas coisas, a questão racial e a social, simultaneamente.

Ações afirmativas são essenciais para garantir a igualdade de oportunidades — disse a presidente. — A exclusão racial e a social se misturaram. Uma virou a outra, e essa é uma chaga que temos, e esse país tem lutado contra.

A presidente ainda afirmou que o povo brasileiro é formado por várias raças em sua origem: 


— Cada um de nós tem e traz em si parte dessa união, e só somos íntegros quando olhamos que nossa História produziu nação imensa geograficamente, com grande diversidade e, sobretudo, com imensa diversidade racial que se expressou na sua cultura, arte, forma de viver, alegria de viver, que se expressa em cada uma das manifestações, e das manifestações mais nobres do país.

Na conferência, a ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, também defendeu o projeto de cotas:

— Estamos mais próximos do que nunca de concretizar política de empreendimento voltada para negros e historicamente discriminados.

Ainda no discurso, a presidente Dilma fez referência à violência contra os jovens negros de periferias de grandes centros do país: — O governo federal dará todo o respaldo à questão do Juventude Viva, estamos articulando todas as esferas, governos estaduais e CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Estamos interessados em combater a violência com ampliação da cidadania, mas também coibindo a violência contra jovens negros.

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1 $type={blogger}:

Anônimo disse...

E quanto as cotas para outras minorias, como as mulheres e os homossexuais? Por que essa discriminação?