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Procuradoria elege fiscal que recebe R$ 55 mil

da Folha de S.Paulo

Com 104 votos contra 79, o procurador Antônio de Pádua Bertone Pereira, 59, venceu o candidato da situação e foi eleito ontem corregedor-geral do Ministério Público de São Paulo para o biênio 2007-2008.

Bertone, que terá como função fiscalizar e orientar os membros da instituição, encabeça a lista dos supersalários do Ministério Público. Recebe todo mês cerca de R$ 55 mil.

O teto salarial fixado pela Constituição é de R$ 22,1 mil. O Conselho Nacional do Ministério Público aprovou a ampliação do limite para R$ 24,5 mil.

"Não aceito ser rotulado [pelo alto salário], porque eu trabalho, e trabalho muito, sempre trabalhei", disse o procurador.

O cargo de corregedor-geral dá direito a uma verba de representação de cerca de R$ 800 (líquido). A instituição informou que, por ter uma remuneração que extrapola o teto, Bertone não receberá a gratificação.

Bertone venceu o adversário Mário de Magalhães Papaterra Limongi, que era o candidato do atual procurador-geral de Justiça, Rodrigo Pinho.

O corregedor eleito pertence ao grupo que faz oposição a Pinho e ao ex-procurador-geral de Justiça Luiz Antônio Marrey --futuro secretário da Justiça do governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB).

Bertone foi duas vezes secretário do Conselho Superior do Ministério Público e membro do Órgão Especial. Assessorou o ex-procurador-geral Cláudio Alvarenga, hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.

Atuou com os ex-governadores Orestes Quércia e Luiz Antonio Fleury Filho.
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