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Beira-Mar: ‘chefe’ em cadeia federal

Traficante contrata advogados para presos mais pobres, segundo relatório

O Dia

CURITIBA - Preso no presídio federal de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná, o megatraficante carioca Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, assumiu a condição de ‘chefe’ dos detentos da unidade — são 141 no total.

A informação faz parte de relatório interno do serviço de inteligência da Polícia Federal (PF), que aponta série de irregularidades na cadeia. Segundo o documento — cujo conteúdo foi publicado ontem no jornal ‘Folha de S. Paulo’ —, Beira-Mar tem ajudado presidiários mais pobres com a contratação de advogados e já alugou dois apartamentos em Catanduvas “para que sirvam de albergue para familiares de presos”.

O relatório aponta também que um agente penitenciário disse a colegas já ter sido usuário de cocaína e ter “admiração” pelo traficante. Mesmo depois de a direção ser informada sobre o fato, o agente continuou trabalhando na ala de Beira-Mar e “tendo o hábito de bater papo com o detento”.

Pelas normas do presídio, agentes só podem conversar com presos em casos de extrema necessidade. E os diálogos deveriam ser monitorados. Mas parte das câmeras de vigilância e dos microfones de lapela ainda não está funcionando, conforme o relatório.

USO DE CELULAR

Entre outras falhas de segurança apresentadas pelo documento estão a ausência de plano de contingência para rebeliões e incêndios e registro de atendimento de celulares em áreas cuja entrada desses aparelhos é proibida.

Na cidade, circulam também informações de que Beira-Mar comprou táxi Siena — em 60 prestações de R$ 827 — e colocou motorista para levar seus parentes e advogados à penitenciária. O objetivo seria não chamar atenção para carros de luxo.

O documento da PF revela ainda que 11 dos 239 agentes penitenciários têm antecedentes criminais — entre os delitos há tráfico de drogas, homicídio e atentado violento ao pudor. Segundo o relatório, os problemas seriam reflexo de uma disputa interna no presídio, travada entre os agentes, vinculados ao Departamento Penitenciário Nacional, e a direção da unidade, a cargo da PF.

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